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Brasil vive boom de febre oropouche e chega a 5 mil casos em 2024

Doença que era endêmica de estados da região Norte foi identificada em estados do Sul e Sudeste, onde não era encontrada anteriormente

atualizado

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Smith Collection/Gado/Getty Images
Foto colorida de Culex quinquefasciatus, o pernilongo - Metrópoles febre oropouche
1 de 1 Foto colorida de Culex quinquefasciatus, o pernilongo - Metrópoles febre oropouche - Foto: Smith Collection/Gado/Getty Images

O Ministério da Saúde divulgou, na última terça (14/5), um boletim epidemiológico que aponta 5.102 casos da febre oropouche no Brasil, sendo 2.947 deles na Amazônia, 1.528 em Rondônia e os demais distribuídos pelo país. O número é seis vezes maior que o registrado em todo o ano passado, quando foram 832 pacientes confirmados com a doença.

O disparo no número de infecções fez com que a doença fosse encontrada em estados onde anteriormente era desconhecida. Característica de estados da região Norte, a oropouche passou a ser registrada também no Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

Casos por todo o país

No Norte, a doença já foi identificada em todos os estados, com exceção do Tocantins. No Nordeste, foi encontrada no Maranhão, Piauí e Bahia — a quantidade de casos em Salvador e na região baixo-sul do estado é preocupante, e especialistas suspeitam que a doença já tenha se tornado endêmica no local.

No Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro confirmaram seus primeiros casos na história. No Sul, Santa Catarina e Paraná têm pacientes confirmados com a infecção. No Centro-Oeste, Cuiabá (MT) tem vivido uma explosão de casos.

Ilustração apresenta mapa do Brasil com alguns estados destacados onde foram confirmados casos de oropouche
Número de casos pode ser ainda maior, já que o mapa não traz os 11 casos que foram confirmados até abril no Mato Grosso. A sigla LPI significa “local provável de infecção”

Em entrevista anterior ao Metrópoles, o pesquisador Felipe Gomes Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), falou sobre as possíveis explicações para a disseminação da doença pelo país.

“Acreditamos que a principal variável para o aumento de casos são as mudanças climáticas, que levaram a temperaturas altas e chuvas intensas. Essa situação impacta a disseminação dos mosquitos transmissores, favorecendo que a doença se espalhe”, explicou.

Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles
Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, o maruim, principal transmissor da febre oropouche

O que é a febre oropouche?

A febre oropouche é uma doença viral que tem sintomas muito parecidos com os da dengue (febre, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais), o que pode confundir os diagnósticos.

Não são conhecidos óbitos relacionados diretamente à doença, mas a oropouche pode levar a inflamações nas meninges (tecidos que recobrem o cérebro), que podem causar consequências permanentes.

Não existe tratamento específico para a doença. Porém, o acompanhamento médico é importante para aliviar os sintomas e ajudar o corpo a combater a infecção viral.

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