Brasil vai adotar intervalo maior que o indicado por fabricante entre doses da Pfizer. Saiba por quê
Fabricante recomenda 21 dias de espaçamento entre as vacinas. Ministério da Saúde citou Reino Unido para ampliar prazo
atualizado
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Após a entrega da última semana, o Ministério da Saúde começou a distribuir entre os estados as doses da vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, nesta segunda-feira (3/5). Porém, ao contrário do indicado pelo fabricante, o governo federal orientou que estados e municípios atrasem a aplicação da segunda dose para 12 semanas depois da primeira injeção.
A Pfizer só garante a eficácia do imunizante com espaçamento de 21 dias entre as doses, como foi feito durante o estudo clínico. A Organização Mundial da Saúde (OMS) permite que o intervalo chegue a seis semanas, metade do pretendido pelo Ministério da Saúde.
A justificativa do governo é que o intervalo é o mesmo usado no Reino Unido, e cita três estudos para basear a decisão: um foi feito pela agência de saúde pública inglesa, e aponta 80% de efetividade da vacina após a primeira dose em idosos com mais de 70 anos.
Outro estudo, publicado em fevereiro na revista The Lancet, mostra que a transmissão diminui 75% e os casos sintomáticos têm redução de 85%, após uma dose. Por último, uma pesquisa recente da Universidade de Oxford apontou queda de quase 50% na contaminação após a primeira dose.
A ideia é que, assim, mais pessoas possam ser imunizadas. O ministério prevê que o intervalo seja mantido apenas enquanto há pouca disponibilidade da vacina – no futuro, o prazo pode ser revisto para o recomendado em bula.
Outros países que usam a vacina da Pfizer, como Estados Unidos e Israel, seguem a previsão e aplicam a segunda dose com 21 dias de espaçamento. Já a Alemanha optou por seguir a recomendação da OMS e esperar seis semanas entre as aplicações.
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