Brasil registra 2 casos de gripe aviária em animais. Entenda riscos
Ministério da Agricultura confirmou dois casos de H5N1 em aves silvestres no país e emitiu nota com recomendações
atualizado
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O Ministério da Agricultura confirmou, nesta segunda-feira (15/5), dois casos de gripe aviária no Brasil. Duas aves silvestres mortas foram encontradas carregando o vírus influenza H5N1 no litoral do Espírito Santo.
Embora não haja registro de infecção de humanos por aqui, existem casos de pessoas que já se infectaram por gripes aviárias em outros países, incluindo uma mulher que morreu na China em abril passado. Nos últimos 20 anos, foram registrados 874 casos de infecção humana pelo vírus da gripe aviária A (H5N1) em 23 países.
Segundo o mais recente boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde, dos 874 casos registrados em humanos desde janeiro de 2003, 458 foram fatais (52% do total). Por isso, de acordo com especialistas, temos de ter atenção com o vírus, ainda que não estejamos diante de uma emergência médica.
“A princípio é um vírus de aves, mas de toda forma devemos ter muito cuidado. Já houve casos de vírus deste tipo que acabaram saltando para humanos, então o risco sempre existe e devemos estar alertas”, avalia o infectologista José David Urbaez Brito, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal.
Cuidados
O Ministério da Agricultura recomendou em nota oficial que a população não se aproxime de aves que aparentem estar doentes, estando vivas ou mortas. Caso seja encontrado um animal que aparenta estar doente, não se deve abrigá-lo, mas sim buscar um serviço de atenção veterinária.
Além do Brasil, outros países da América do Sul registraram nas últimas semanas animais mortos com gripe aviária, incluindo 1,5 mil leões marinhos mortos no Chile.
“Destruímos a natureza em vários níveis e os animais estão sendo obrigados a conviver de forma cada vez mais próxima, o que aumenta a transmissão de vírus e também a possibilidade de que a doença salte para outras espécies. Embora estes vírus circulem prioritariamente em aves, há vários casos de mamíferos, tanto terrestres como aquáticos, que já foram atingidos”, destaca Urbaez.
O infectologista aponta que o cenário não deve levar ao desespero, mas que temos de estar atentos à circulação da doença. “Está havendo um espalhamento progressivo deste vírus na natureza e devemos monitorá-lo, mas não há motivo para pânico agora”, diz.
“Mesmo no caso de que o vírus salte para contaminar humanos, ele é um vírus de influenza, semelhante ao que já temos vacinas e remédios. Não seria um caso de fazer tudo do zero como teve de ser feito na pandemia de Covid”, afirma Urbaez.
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