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Brasil lidera ranking da solidão na pandemia, diz pesquisa

Estudo envolveu cerca de 23 mil pessoas de 28 nacionalidades diferentes e levanta preocupações sobre a saúde mental

atualizado

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Noah Silliman/Unsplash
Homem sozinho em frente à janela
1 de 1 Homem sozinho em frente à janela - Foto: Noah Silliman/Unsplash

Um levantamento feito pelo Instituto Ipsos mostrou que o Brasil lidera o ranking da solidão no mundo atualmente. A pesquisa ouviu cerca de 23 mil pessoas de 28 países e 50% dos respondentes brasileiros disseram que se sentiam solitários “muitas vezes”, “frequentemente” ou “sempre”.

O estudo foi realizado entre 23 de dezembro de 2020 e 8 de janeiro deste ano. Depois do Brasil, o sentimento de solidão está mais presente na Turquia (46% dos respondentes o declararam), na Índia (43%) e na Arábia Saudita (43%). Em compensação, a Holanda é o país em que menos pessoas se sentem sozinhas (15%), seguida do Japão (16%) e da Polônia (23%).

A pandemia de Covid-19 está relacionada ao sentimento de solidão do Brasil. Nos últimos seis meses, 52% dos brasileiros declararam que o estado de espírito aumentou nos últimos seis meses. Cerca de 21% dos entrevistados acreditam que o último semestre de 2021 terá impactos significativos em sua saúde mental.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marcos Calliari, presidente da Ipsos no Brasil, reforçou a responsabilidade da pandemia de Covid-19 na saúde mental das pessoas. Nesta quinta-feira (4/3), o Brasil registrou, pelo segundo dia consecutivo, o recorde de mortes diárias causadas pela doença: 1.840 óbitos.

“O brasileiro sofreu demais na pandemia. Os números assustadores de contágio e de mortes, um dos piores índices do mundo, e o longo período de quarentena, ajudam a explicar esse sentimento”, explicou Calliari. “Houve também muita turbulência em relação às informações e procedimentos sobre a pandemia. As pessoas ficaram e estão muito confusas e tristes sobre isso”

As festas de fim de ano também podem ser culpadas pelo intenso sentimento de solidão vivido no Brasil atualmente. Por ser um povo naturalmente gregário, ou seja, que gosta de ter pessoas queridas em volta, o Natal e o Ano Novo com distanciamento social podem ter contribuído para o aumento desta percepção.

“Vivemos o pior momento da pandemia. E a tendência é que o sentimento de solidão aumente e, somado à ansiedade e tristeza, isso pode causar problemas sérios de saúde mental no futuro”, alerta Marcos Calliari.

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