Brasil inicia estudo com uso de células-tronco para tratamento da Covid-19
As células-tronco têm importante ação anti-inflamatória, alto potencial de proliferação e de regeneração de tecidos danificados
atualizado
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Um estudo brasileiro iniciado na última semana quer saber se o uso de células-tronco pode ser eficiente para a recuperação de pacientes da Covid-19 em estado grave. O tratamento já é pesquisado nos Estados Unidos e na China.
Os cientistas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) e do Instituto Carlos Chagas (ICC/FiocruzParaná) escolheram as células-tronco mesenquimais porque elas têm importante ação anti-inflamatória, alto potencial de proliferação e de regeneração de tecidos danificados.
O material é conhecido também por ser “imunoprivilegiado”, ou seja, não pode ser infectado pelo novo coronavírus, nem rejeitado pelo corpo humano.
A primeira fase da pesquisa será realizada com apenas 15 pacientes. Destes, 10 receberão a solução com células-tronco e os outros cinco farão parte do grupo controle, com administração de placebo. Eles serão acompanhados por quatro meses após o procedimento para análise dos resultados. Os primeiros quatro enfermos com Covid-19 já começaram o tratamento. Eles estão internados na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da UFPR.
O estudo prevê o tratamento intravenoso com três doses de células-tronco mesenquimais aplicadas a cada 24 horas. A concentração do material varia de acordo com o peso dos pacientes. São 500 mil células por quilo do indivíduo a cada dia, em três dosagens.
Espera-se que o material genético proteja as células dos alvéolos, recupere o microambiente pulmonar e previna a fibrose pulmonar e a pneumonia causadas pelo novo coronavírus. Os primeiros resultados devem estar disponíveis no intervalo de um mês, de acordo com os pesquisadores. (Com informações da Agência Brasil)