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“Bebi cerveja 3 dias depois”, diz mulher que trocou válvula cardíaca

Aos 84 anos, Hildene Ribeiro Milhomen precisou implantar uma válvula no coração. Técnica menos invasiva permitiu recuperação rápida

atualizado

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Reprodução/Arquivo Pessoal
imagem de idosa sorrindo em uma festa
1 de 1 imagem de idosa sorrindo em uma festa - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Com 84 anos, Hildene Ribeiro Milhomen encarou um procedimento de coração de maneira leve e descontraída. A professora aposentada, nascida e criada em Imperatriz (MA), conta que receber uma nova válvula aórtica foi como “estar tomando uma cervejinha na praia”.

Hildene passou por uma operação minimamente invasiva no ano passado, após passar mal e receber a notícia de que tinha estenose aórtica, um problema que provoca o estreitamento da via de saída do sangue do coração para o corpo.

A Rainha do Carnaval ou Dama de Vermelho, como é conhecida na cidade natal – e agora também pela equipe médica –, recebeu a recomendação para realizar um implante de válvula aórtica transcateter (Tavi, na sigla em inglês) depois do episódio de mal-estar.

O procedimento foi realizado pela médica Fernanda Marinho Mangione no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, cidade onde uma das netas de Hildene trabalha como nefrologista. A Dama de Vermelho – que recebeu o apelido por sua predileção pela cor – confessa que teve mais medo do deslocamento até São Paulo do que do procedimento cirúrgico.

“Passei pelo procedimento todo rindo e conversando com a equipe médica. Eu estava me sentindo em casa e conversei sobre minha fazenda, sobre cerveja… Quando os médicos terminaram, fiquei surpresa: ‘O quê? Já terminou?´”.

A professora ficou em observação no hospital por dois dias, cercada por familiares e por curiosos que queriam conhecer a primeira rainha do Carnaval de Imperatriz. O título, inclusive, foi incluído na ficha hospitalar da paciente.

“Quando saí do hospital, estava acompanhada do meu filho e da minha neta. Lá perto tinha um boteco, aí nós paramos e fomos beber”, ela se lembra, descontraída.

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Dona Hildene é bastante animada e ama se vestir vermelho
Aos 84 anos, ela esbanja alegria e disposição
A maranhense tem muitas amigas
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Procedimento é pouco invasivo e permite recuperação rápida

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Dona Hildene é bastante animada e ama se vestir vermelho

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Aos 84 anos, ela esbanja alegria e disposição

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A maranhense tem muitas amigas

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Hildene diz que não sentiu nada e que tem o costume de espantar o medo com brincadeiras. “Em ambiente de tristeza, não fico”, afirma com convicção e carisma.

Recuperada, a maranhense segue com uma rotina animada: gosta de ir à fazenda, dar festas para a família, frequentar aniversários e sair com as amigas. Ela também acrescenta que reza mil Ave-Marias nas segundas-feiras e não deixa de agradecer a Deus pela equipe médica que a atendeu com tanta competência.

Sobre o Tavi

A tecnologia Tavi, também conhecida como a cirurgia do Mick Jagger, foi incorporada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) na quinta-feira passada (13/10) para o tratamento de pacientes com estenose aórtica.

O procedimento permite que os médicos implantem a nova válvula aórtica no local da que está com o funcionamento comprometido de maneira menos invasiva. Para a operação, um cateter é inserido na artéria por meio de uma pequena incisão na virilha ou no peito do paciente.

O procedimento tem duração de aproximadamente duas horas e é acompanhado por imagens em tempo real feitas por máquinas de ultrassom e raio X. O processo garante uma recuperação mais rápida, com alta hospitalar em poucos dias e menos dor.

“As vantagens são muitas. A redução no custo de hospitalização compensa o investimento na tecnologia”, disse o diretor científico da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Paulo Caramori, após o anúncio da implementação da tecnologia no SUS.

Na técnica cirúrgica convencional, chamada de esternotomia, é necessário abrir o tórax para extrair a válvula aórtica danificada e substituí-la por uma nova, reestabelecendo a circulação sanguínea. O procedimento é delicado, com altas taxas de complicações e intercorrências e oferece ainda mais riscos a idosos, que são maioria dos casos de pacientes com problemas na aorta.

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