Beber muito café pode aumentar risco de demência, aponta estudo
Pesquisa australiana revela que beber seis ou mais xícaras de café por dia aumenta as chances de desenvolver doenças cerebrais a longo prazo
atualizado
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Um amplo estudo sugere que beber seis ou mais xícaras de café por dia pode diminuir o volume do cérebro e aumentar o risco de demência e derrame a longo prazo. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade da Austrália Meridional e publicada na revista científica Nutritional Neuroscience no sábado (24/7), contou com a participação de 17.702 pessoas com idades entre 37 e 73 anos.
Os cientistas coletaram informações do projeto UK Biobank, base de dados médicos do Reino Unido utilizada por pesquisadores. No decorrer da análise, os responsáveis pelo estudo investigaram os riscos associados ao excesso de café e descobriram que consumidores de seis ou mais xícaras diárias da bebida possuem 53% mais chances de desenvolver demência e sofrer derrame do que aqueles que bebem uma ou duas xícaras no máximo.
“Esta é a investigação mais extensa sobre as conexões entre café, medições de volume cerebral, os riscos de demência e os riscos de derrame”, afirma a epidemiologista Kitty Pham, coautora e cientista da Universidade da Austrália Meridional, em anúncio do estudo.
Embora a pesquisa não investigue como a cafeína e o café interagem com as células cerebrais, há evidências de que essa redução da massa cerebral tende a acontecer naturalmente à medida que envelhecemos. Alguns estudos sugerem que pode haver conexão entre volume e demência.
“Levando em conta todas as permutações possíveis, descobrimos consistentemente que o consumo maior de café pode colocar as pessoas em risco de doenças cerebrais, como demência e derrame”, pontua Kitty Pham.
A pesquisa é relevante para alertar os consumidores mais exagerados da bebida, pois há indícios de associação forte entre o excesso e o desenvolvimento de doenças cerebrais. “Se o consumo de café está subindo para seis ou mais xícaras por dia, é hora de repensar esse hábito”, aconselha Elina Hyppönen, da Universidade da Austrália Meridional, que também assina o estudo.