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Beber álcool em qualquer quantidade aumenta risco de morte, diz estudo

Pesquisa aponta que consumir bebidas alcoólicas faz mal para pessoas com mais de 60 anos, independentemente da quantidade ingerida

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1 de 1 Foto de mulher colocando vinho dentro de uma taça - Metrópoles - álcool - Foto: Alvarez/Getty Images

O hábito de consumir bebidas alcoólicas aumenta o risco de morte prematura, afirma um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Madri, da Espanha.

O trabalho foi publicado na plataforma científica JAMA Network Open na segunda-feira (12/8).

O campo de estudos sobre os limites toleráveis do álcool vem sendo bastante explorado pela ciência devido aos interesses envolvidos. Durante muito tempo, o consenso era que o consumo moderado de vinho trazia benefícios ao funcionamento do corpo. Mais recentemente, no entanto, cresce o número de trabalhos revelando que não há limites seguros para o consumo de álcool.

De acordo com os pesquisadores espanhóis, beber em pequenas quantidades — no máximo, 20 gramas de álcool por dia, o que equivale a uma taça de vinho cheia ou meio litro de cerveja — aumentou a taxa de mortalidade dos voluntários.

O estudo foi feito ao longo de 12 anos acompanhando históricos de saúde de 135 mil adultos com mais de 60 anos. Os participantes foram divididos em grupos de acordo com o consumo médio de álcool relatado.

Os bebedores ocasionais consumiam menos de 3 gramas de álcool por dia, os de baixo consumo até 20 gramas de álcool por dia, os de consumo moderado até 40 gramas e os de alto consumo mais de 40 gramas.

Os bebedores ocasionais tiveram uma saúde melhor que todos os demais. Aqueles que beberam quantidades pequenas tiveram risco de morte próximo aos que beberam moderadamente, o que significa que mesmo o consumo leve faz mal. O grupo de alto consumo foi o que teve o risco de morte prematura mais alto.

E o vinho?

Em um recorte feito nos dados do estudo, os pesquisa avaliaram especificamente o consumo de vinho. Os dados revelaram que aqueles que bebiam até 20 gramas tiveram uma mortalidade levemente menor do que a dos outros grupos.

Os pesquisadores acreditam, porém, que o desvio pode ter explicações que vão além do consumo de álcool. De acordo com eles, a mortalidade só foi expressivamente menor entre quem consumia uma taça de vinho diária e pertencia a um grupo com maior poder aquisitivo. A hipótese é que o acesso a melhores condições de saúde explique a longevidade do grupo e não o vinho.

“A atenuação da mortalidade observada para a preferência por vinho e consumo apenas durante as refeições requer investigação adicional, pois pode refletir principalmente o efeito de estilos de vida mais saudáveis, absorção mais lenta de álcool ou componentes não alcoólicos de bebidas”, concluíram os pesquisadores.

Para eles, este frágil benefício não é suficiente para justificar o hábito. “Não encontramos evidências de uma associação benéfica entre o baixo consumo de álcool e a mortalidade. A bebida provavelmente aumenta o risco de câncer desde a primeira gota”, disse a médica e professora Rosario Ortolá, principal autora do estudo, em uma entrevista ao New York Times.

Desde 2023, a Organização Mundial da Sáude (OMS) passou a considerar que não existe quantidade de álcool segura. A OMS alerta que o consumo aumenta o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, fígado, cabeça e pescoço, esôfago e colorretal.

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