metropoles.com

“Ele nunca viu o sol”, diz mãe de bebê com paralisia cerebral. Entenda

Cleverton, de seis meses, nasceu prematuro e com complicações no parto, mas só não pode ir para casa por ausência de equipamentos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Acervo pessoal/Metrópoles
Foto mostra close-up em rosto de bebê que está acamado com uma traqueostomia - Metrópoles
1 de 1 Foto mostra close-up em rosto de bebê que está acamado com uma traqueostomia - Metrópoles - Foto: Acervo pessoal/Metrópoles

Em fevereiro de 2023, às 31 semanas de gestação, depois de um parto prematuro de emergência, o pequeno Cleverton nasceu. Porém, seis meses depois, o menino ainda não saiu do hospital. “Ele nunca viu o sol”, lamenta a mãe do bebê, a lavadeira Josefina Vieira, 37 anos.

Josefina teve um deslocamento de placenta, e o neném ficou sem uma quantidade adequada de sangue circulando no cérebro. O caso foi tão grave que a lavadeira só pôde encostar no filho 15 dias após o parto. A equipe médica chegou a dizer que Cleverton só teria 1% de chance de sobreviver.

O bebê tem paralisia cerebral severa, como é conhecido popularmente o quadro de encefalopatia crônica não progressiva infantil (ECNPI).

A paralisia cerebral

De acordo com o neuropediatra Flávio Geraldes Alves, de São Paulo, o quadro é consequência de lesões que podem acontecer na gestação ou com recém-nascidos, e afeta a capacidade motora e cognitiva dos pacientes.

“São crianças que necessitam de muito apoio porque a capacidade motora é bastante comprometida. Em alguns casos, com a reabilitação adequada, é possível até usar andador, mas é preciso uma terapia com vários profissionais de saúde pelo resto da vida. Precisamos de acompanhamento psicológico, fisioterápico, fonoaudiológico, e de várias outras frentes”, explica Geraldes.

Ao longo da vida, as crianças com paralisia cerebral têm problemas no desenvolvimento. Metade delas têm alguma deficiência intelectual. Quadros como a incapacidade de falar e andar e a presença de epilepsia atingem uma em cada quatro crianças que nascem com a condição.

Além das dificuldades naturais da paralisia cerebral, Cleverton também tem insuficiência respiratória crônica que o obriga a usar ventilação mecânica. De acordo com o neuropediatra, a insuficiência ocorre em muitos pacientes com a condição.

Josefina não sabe ler, e tudo que sabe do quadro de saúde do seu filho e sobre o prognóstico para o futuro é o que os médicos lhe contam.

“Eu tento entender tudo que estão dizendo, mas não é fácil. Nada é fácil. Mas eu penso que se meu filho voltou a respirar é porque ele tem um propósito”, diz.

Por conta do quadro complicado, Cleverton precisa de uma série de equipamentos médicos que lhe permitam ir finalmente para casa — porém, atualmente, a família nem casa tem.

 

A luta para conseguir a alta

Josefina precisou deixar a maioria dos clientes para estar perto do filho em suas primeiras semanas. Sem condições de manter as filhas mais velhas, Monalisa, 18 anos, e Isabela, 11, a lavadeira precisou mandá-las para viver com a família em Sergipe. Desde então, a mãe de Cleverton está quase em tempo integral no hospital e não conseguiu voltar a trabalhar.

4 imagens
"Ele nunca viu a luz do sol", diz mãe de bebê com paralisia cerebral
O cérebro do bebê não teve irrigação suficiente de sangue
Cleverton nasceu em fevereiro após 31 semanas de gestação
1 de 4

Cleverton, bebê que tem paralisia cerebral, na UTI pediátrica

Acervo pessoal/Metrópoles
2 de 4

"Ele nunca viu a luz do sol", diz mãe de bebê com paralisia cerebral

Acervo pessoal/Metrópoles
3 de 4

O cérebro do bebê não teve irrigação suficiente de sangue

Acervo pessoal/Metrópoles
4 de 4

Cleverton nasceu em fevereiro após 31 semanas de gestação

Acervo pessoal/Metrópoles

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, onde mora a família, o bebê segue internado apesar de já ter condições de voltar para casa. Embora não confirme informações sensíveis do diagnóstico de pacientes, a pasta afirma que se a família conseguir o atendimento domiciliar, ele pode receber alta.

“Meu sonho era poder levar o Cleverton para casa, mas as coisas não estão fáceis e a situação dele exige muitos cuidados. Ele é muito guerreiro. Diziam que ele nunca ia se mexer, mas meu filho movimenta os braços, as pernas. Ele tem uma luz nos olhos que faz a gente acreditar. Tenho certeza que ele vai viver muito e eu ainda vou ter minha família toda junta de novo”, conta Josefina.

Para conseguir levar o filho para casa e comprar os equipamentos necessários para recebê-lo, Josefina iniciou uma campanha de arrecadação on-line que pretende reunir R$ 6 mil. Até o dia 26/7, porém, ela tinha apenas R$ 680.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?