Muita barriga e pouco músculo triplicam risco de síndrome metabólica
Estudo feito por brasileiros apontou que acúmulo de gordura na barriga e baixa musculatura estão relacionados a problemas metabólicos
atualizado
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e do College London (Reino Unido) comprovou que acúmulo de gordura na barriga combinado com fraqueza muscular triplicam o risco de síndrome metabólica.
A pesquisa acompanhou 3,9 mil pessoas com mais de 50 anos por oito anos. Os resultados mostraram que as pessoas com muita gordura abdominal e pouca massa muscular tinham 234% mais de risco de desenvolver síndrome metabólica quando comparadas às que não tinham essas características corporais.
“Isso é quase o dobro do que encontramos para os que tinham apenas o excesso de gordura na barriga [126%]. Dessa forma, demonstramos que não apenas o peso, mas a ausência de músculos leva a maiores alterações metabólicas”, explicou Tiago da Silva Alexandre, professor da UFSCar e orientador do estudo, em entrevista à Agência Fapesp.
Os resultados foram divulgados no Journal of Nutrition, Health and Aging em janeiro. Na conclusão, os pesquisadores alertaram para a importância da prática de exercícios físicos para a prevenção da síndrome metabólica.
Impacto da gordura no metabolismo
A síndrome metabólica compreende um conjunto de problemas de saúde ligados ao funcionamento do metabolismo, como resistência à insulina, triglicérides altos, colesterol alto, hipertensão e obesidade. O diagnóstico clínico é feito pela presença de três ou mais dessas alterações.
De acordo com os pesquisadores, a fraqueza dos músculos permite uma penetração da gordura nos tecidos, o que aumenta o risco de desenvolvimento da síndrome. “Esse fenômeno, além de ser responsável pela perda de força, provoca uma série de alterações metabólicas que reduzem a sinalização de insulina, levando a uma maior resistência a esse hormônio, além do aumento da gordura no sangue”, explicou Alexandre.
Para os pesquisadores, o estudo indica que não é só o acúmulo de gordura, especialmente abdominal, que leva à síndrome metabólica, mas a perda de tônus muscular.
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