Bariátrica: saiba quais são os tipos de cirurgia e suas indicações
Há várias formas diferentes de fazer a cirurgia bariátrica e sua indicação depende de fatores de saúde e dos objetivos dos pacientes
atualizado
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No início de agosto, a cantora Jojo Todynho passou por uma cirurgia bariátrica — a artista tentava perder peso pelas vias tradicionais, e surpreendeu os fãs ao aparecer vestida para passar pelo procedimento. Apesar de ser uma cirurgia relativamente comum, existem técnicas diferentes para a bariátrica, que são indicadas a depender do quadro de saúde e dos objetivos dos pacientes.
De acordo com o médico que operou a cantora, o cirurgião-bariátrico Fábio Viegas, do Rio de Janeiro, o método adotado foi o Sleeve. A técnica corresponde a cerca de 20% das cirurgias bariátricas no Brasil e é feita com a retirada de cerca de 3/4 do estômago.
“Este procedimento não é reversível e é muito bom para emagrecer por trazer impacto mais rápido na perda de peso. Além disso, não leva a nenhum desvio do intestino — toda a intervenção é realizada no estômago. Ele é indicado para usuários de remédios de uso contínuo, que precisam ser absorvidos no corpo”, explica o médico Antônio Carlos Valezi, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM).
O método mais utilizado no Brasil (em mais de 70% dos casos), porém, é o chamado Bypass. Ele é feito com o grampeamento de parte do estômago, não sua retirada: o cirurgião cria um desvio do órgão para o intestino para formar uma espécie de atalho digestivo, acelerando a perda de peso.
“Esta opção faz uma união do estômago com o intestino e é indicada para a maioria dos casos. O Bypass acelera o emagrecimento e é muito importante sobretudo para pessoas com diabetes ou problema de gordura no fígado, uma vez que dificulta a absorção de nutrientes”, aponta Valezi.
Além disso, o especialista ressalta que há procedimentos em fase experimental no Brasil — as novas opções prometem emagrecimentos ainda mais intensos que os tradicionais. O presidente da SBCBM cita a Sadis, uma espécie de versão potencializada do Bypass que aumenta o desvio do intestino; e a interposição ileal, com desvios no intestino delgado. Ambos só podem ser feitos dentro de programas de estudo.
Quando a bariátrica é indicada?
Os preços e recuperação dos procedimentos são parecidos e, por isso, o fator mais importante para decidir qual cirurgia será feita é a saúde do paciente. A decisão é feita pela equipe médica.
De acordo com o cirurgião bariátrico Carlos Schiavon, cofundador da ONG Obesidade Brasil, a indicação de bariátrica deve ser feita pela equipe médica com um critério objetivo: o índice de massa corpórea (IMC). A cirurgia não deve ser considerada um procedimento estético, mas sim uma técnica emergencial de saúde e o início de uma mudança de hábitos de vida.
“A cirurgia bariátrica é indicada para pessoas que tenham o IMC acima de 40, ou seja, uma obesidade de grau 3. Outros indivíduos obesos, mas com graus menores, podem conseguir autorizações para o procedimento, mas só se tiverem comorbidades que podem arriscar a vida pelo ganho de peso”, ensina.
O cuidado com a cirurgia é importante porque, apesar dos benefícios e da grande evolução das técnicas desde que o procedimento foi inventado, ele ainda representa um alto risco para a saúde.
“A bariátrica é uma cirurgia para reestabelecer a saúde, não é para emagrecer. Além disso, a perda de peso não é só da cirurgia, mas de uma mudança de estilo de vida, de alimentação, de preocupação com a saúde”, pontua Valezi.
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