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Dor de garganta mal curada leva dançarino à hemodiálise. Entenda

Eddie Mendez precisa fazer sessões de hemodiálise três vezes por semana porque infecção bacteriana não foi controlada na infância

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Foto mostra o bailarino Eddie Mendez. Ele faz hemodiálise 3 vezes por semana por sua doença renal - Metrópoles
1 de 1 Foto mostra o bailarino Eddie Mendez. Ele faz hemodiálise 3 vezes por semana por sua doença renal - Metrópoles - Foto: Reprodução/Acervo Pessoal

O dançarino e cantor Eddie Mendez, de 40 anos, precisa fazer três sessões de hemodiálise por semana. Uma série de complicações iniciadas na infância levaram o artista à insuficiência renal crônica e, atualmente, ele espera por um doador compatível para realizar um transplante de rim.

As complicações de saúde de Eddie começaram quando ele tinha apenas nove anos. Ele praticava tae-kwon-do e se preparava para uma competição, quando os pais perceberam uma grande quantidade de espuma na urina da criança.

Os exames realizados à época revelaram glomerulonefrite, uma inflamação nos rins que tinha sido provocada por uma infecção de garganta mal curada. Bactérias Streptococcus beta-hemolítico – que são as causadoras mais comuns de amidalites e faringites – migraram para os rins da criança porque não foram completamente eliminadas durante o tratamento.

“A glomerulonefrite pós-infecciosa pode ser prevenida. Basta usar os remédios adequados durante o período prescrito pelo médico. Podemos reduzir significativamente o risco de desenvolvimento do quadro apenas seguindo a indicação médica”, explica o nefrologista Yussif Ali Mere Junior, presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT).

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Mesmo após a falência renal, Eddie segue sendo professor de dança
Eddie chegou a participar de competições nacionais de dança no início da carreira
Eddie já se apresentou ao lado de artistas como Xuxa, Anitta, Naldo e Buchecha
Ele segue se apresentando como bailarino e cantor com sua banda Retro Hits
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O bailarino faz hemodiálise três vezes por semana em sessões de quatro horas

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Mesmo após a falência renal, Eddie segue sendo professor de dança

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Eddie chegou a participar de competições nacionais de dança no início da carreira

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Eddie já se apresentou ao lado de artistas como Xuxa, Anitta, Naldo e Buchecha

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Ele segue se apresentando como bailarino e cantor com sua banda Retro Hits

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As inflamações nos rins, como a glomerulonefrite, podem ser resolvidas com uso de medicação quando são diagnosticadas na fase inicial. No caso de Eddie, a janela de oportunidade já havia passado e a única alternativa foi controlar os sintomas, evitando a evolução do problema.

Quando obteve o diagnóstico, ele foi orientado a não fazer esforços físicos, o que o afastou das lutas, e a manter uma dieta com poucas proteínas e sódio. O artista decidiu se aprimorar na dança porque era a única atividade física que conseguia manter mesmo quando passava por crises.

O quadro ficou estabilizado por alguns anos mas, conforme o dançarino se tornava adulto, a rotina de cuidados foi abandonada. “Comecei a deixar o acompanhamento médico de lado. Continuava fazendo exames e os resultados eram bons, então me descuidei. As complicações voltaram: o rim começou a retrair, a perder tamanho”, lembra.

Em 2019, quando os exames constataram a diminuição dos rins, Eddie decidiu voltar a seguir as recomendações médicas. Deixou de comer carne totalmente, para não sobrecarregar o órgão, e dobrou a atenção em relação a tudo que deveria ser evitado.

Em 2021, tive Covid e, em seguida, uma anemia grave. Daí, veio a falência renal. Fiquei internado 45 dias, sendo 16 deles na UTI. Entrei no hospital pesando 87 kg e saí com 66 kg, já com a indicação de fazer hemodiálise”, conta.

Adaptação à hemodiálise

A piora na saúde obrigou Eddie a trocar de carreira, se dedicando mais ao canto do que à dança. Ele faz sessões de hemodiálise três vezes por semana, segunda, quarta e sexta, na Clinica de Doenças Renais (CDR ) Taquara, no Rio de Janeiro. Aos domingos, no maior intervalo entre sessões, diz que se sente mais pesado e indisposto.

O dançarino não considera, porém, que a hemodiálise seja uma limitação. “Faço hemodiálise para poder viver. Lógico que tem dias que passo mal, mas tento de todas as maneiras não deixar isso me abater. Busco manter o gosto pela vida”, detalha.

Além da hemodiálise, Eddie tem de restringir o consumo de líquidos, ele pode tomar no máximo 500 ml de água por dia.

Na espera de um transplante

A esperança do artista é fazer um transplante de rim. Os rins são uns dos poucos órgãos humanos que podem ser doados em vida e ele conseguiu uma amiga compatível. O processo, entretanto, é burocrático e necessita de autorização específica para pessoas que não são familiares.

“Estamos fazendo o processo e minha expectativa é que, em junho, consiga finalmente passar pelo transplante”, planeja. Mais de 42 mil pessoas esperam receber um rim no Brasil.

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