Baiacu pode matar? Aprenda a preparar peixe venenoso com segurança
Homem de 46 anos morreu após comer fígado do peixe. Baiacu tem de ser preparado com cuidado para evitar toxinas
atualizado
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Um homem de 46 anos morreu na manhã de sábado (27/1) após comer um baiacu em Aracruz, no Espírito Santo. Ele ficou 35 dias internado depois de comer o fígado ferventado do peixe com limão e sal. Segundo os familiares, ele sentiu uma dormência na boca logo em seguida e teve uma parada cardíaca no mesmo dia que o levou a ser entubado, permanecendo assim até a morte.
Os sintomas que ele enfrentou são comuns do envenenamento por tetrodotoxina, uma substância presente em bactérias no peixe e que pode levar a espasmos musculares graves se acometer o coração ou o pulmão. Mesmo pequenas doses do veneno podem ser fatais.
“Este veneno não é produzido pelo baiacu, mas por bactérias que parasitam o corpo da maioria deles. Por isso é importante jogar fora todas as vísceras do peixe e, se sentir os lábios ou dedos dormentes e algum espasmo muscular após a ingestão, procurar ajuda médica imediata”, orienta a bióloga Vanessa Ferreira, de Brasília.
Sintomas e tratamento
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, os primeiros sintomas costumam aparecer entre 20 minutos e 3 horas após a ingestão. A ela se seguem: paralisia da face, dor de cabeça, náusea, diarreia, vômito, dificuldade para controlar os movimentos e para falar, chegando até a paralisia total do corpo, mas mantendo a consciência, ou a morte.
Não há um soro que possa combater o veneno, por isso o tratamento é feito dando suporte de ventilação e fazendo lavagem gástrica dos pacientes.
Limpeza do baiacu
Apesar do risco, a carne de baiacu é tradicionalmente usada em pratos da culinária asiática. Para ser consumida, porém, é preciso ter cuidado com a limpeza do peixe.
O processo de higiene da carne precisa ser feito sem que as vísceras se rompam. Há uma espécie de bolsa que envolve os órgãos do peixe e todos eles devem ser retirados sem que essa bolsa, onde as bactérias se alojam, estoure.
Neste caso, o peixe pode ser ingerido, mas o melhor é que esta limpeza fique a cargo de um especialista para diminuir os riscos de contaminação.
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