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Espinhas: bactéria comum da pele é modificada para acabar com a acne

Cientistas modificaram bactérias que conseguem combater as espinhas sem alterar o microbioma da pele

atualizado

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Pele - acne
1 de 1 Pele - acne - Foto: Stock Colors/Getty Images

Se você tem problemas com espinhas, saiba que a ciência está trabalhando em um tratamento que, uma vez aplicado, trabalha sozinho para manter sua pele limpa e livre da acne.

Dermatologistas e bioengenheiros da Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, na Espanha, modificaram geneticamente uma bactéria que já está presente na pele humana para que ela seja capaz de produzir e secretar moléculas que tratam a acne.

Os especialistas decidiram usar para combater o problema um de seus principais causadores. Cerca de 60% das acnes são causadas pela Cutibacterium acnes, que se alimenta das células produtoras de sebo em nossa pele.

A bacteria foi modificada com a tecnologia e devolvida à pele para viver entre as demais. Ela secreta isotretinoina, um remédio derivado de vitamina A que é usado para tratar acne grave e resistente a outras terapias.

Ela foi testada com sucesso em camundongos e agora os pesquisadores querem aplicá-las em pessoas para avaliar sua eficácia. Eles também já pensam em usar as bactérias para tratar outras doenças de pele.

As bactérias também são capazes de produzir a isotretinoina, substância que secretam de forma contínua e que combate a oleosidade da pele sem alterar o bioma da região.

“Até agora, C. acnes era considerada uma bactéria intratável. Foi incrivelmente difícil introduzir DNA e obter proteínas produzidas a partir de modificações inseridas em seu genoma, mas conseguimos”, explica a bioengenheira Nastassia Knödlseder, principal autora do estudo, em uma entrevista ao site da Universidade.

Ilustração emonstra a pele humana modificada para receber as bactérias contra a acne
Ilustração emonstra a pele humana modificada para receber as bactérias contra a acne

Formas de tratar a acne

A acne é uma doença comum da pele causada pelo bloqueio ou inflamação dos folículos pilossebáceos, que produzem pelos e gorduras para a pele. Formando espinhas e cravos nos casos mais simples, a acne pode gerar até pústulas e nódulos em casos mais graves, atingindo as partes do corpo onde há mais destes folículos: rosto, tórax, costas e ombros. Embora a acne seja mais comum entre adolescentes, ela pode afetar pessoas de todas as idades.

Os tratamentos disponíveis para condição em geral são de antibióticos para matar bactérias que vivem nos folículos e são a origem principal das inflamações, ou com remédios de isotretinoina que matam as células produtoras de gordura. Entretanto, estes tratamentos podem causar fotossensibilidade, descamação da pele e outras consequências por atacar a pele como um todo.

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