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Dengue: o que está sendo feito para aumentar a oferta de imunizantes?

Durante a 26ª Jornada de Imunizações, governo e laboratórios detalharam medidas pala ampliar acesso à vacina contra dengue no Brasil

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Imagem colorida de mãos femininas segurando frasco de vacina dengue - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de mãos femininas segurando frasco de vacina dengue - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Após a última epidemia de dengue que entrou para a história como uma das piores do país, o Ministério da Saúde pretende ampliar o número de municípios nos quais haverá aplicação do imunizante Qdenga, da fabricante Takeda. Para o próximo ano, já foram adquiridas 9 milhões de doses da vacina contra a dengue, cerca de 50% a mais do que no ano passado.

No entanto, o público que receberá a vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) segue restrito à faixa-etária entre 10 e 14 anos em 2025. O diretor do programa Nacional de Imunizações, Eder Gatti, explica que a decisão foi tomada em consonância com o grupo populacional com mais desfechos graves, necessitando internações hospitalares.

“As próximas doses seguem para o público de 0 a 14 anos, o que pretendemos ampliar é o número de cidades contempladas”, afirmou Gatti, do Ministério da Saúde.

Desde o início da aplicação, o imunizante já foi distribuído na rede pública para cerca de mil municípios de zonas urbanas. O critério de destinação foi a taxas de incidência da doença.

A vacina da dengue aplicada no SUS é fabricada com vírus inativado pela Takeda, que tem vendido a maior parte da produção do imunizante para o Brasil. O laboratório alega que só conseguirá aumentar a disponibilidade de vacinas em 2025 devido a limitações de seu parque fabril.

“O grande impasse, em relação à dengue, é que precisamos, mas não temos mais aonde comprar. A prevenção contra a dengue é estratégica para o Brasil”, comentou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), durante a 26ª Jornada de Imunizações, em Recife (PE).

Durante o auge da epidemia de dengue, o Ministério da Saúde chegou a declarar que intermediaria um acordo de transferência de tecnologia entre a Takeda e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a produção da vacina contra a dengue. Por motivos que ainda não estão claros, a parceria está emperrada.

Vacina do Instituto Butantan

Uma aposta promissora para a ampliação de imunizantes é a vacina contra dengue que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan. A vacina está em fase 3, ensaio clínico de larga escala.

O Butantan já publicou resultados de eficácia e segurança e a submissão à Agência Nacional de Vigilância Sanitária está sendo feita de forma contínua, para agilizar a aprovação.

“Estamos trabalhando com o 1º semestre de 2026 como previsão de aprovação para o imunizante, até aqui, os resultados são excelentes”, afirmou o diretor médico do Instituto Butantan, José Alfredo Moreira, também presente à 26ª Jornada de Imunizações.

Qdenga acima de 60

Outra novidade é a possibilidade de ampliação de uso da Qdenga para público 60+. Atualmente, a vacina só tem autorização de uso para aplicação no público até 59 anos pois não há informações suficientes sobre eficácia e segurança para o grupo etário de idosos.

Durante o congresso em Recife, a representante do laboratório Takeda, Denise Abud, anunciou o início de dois ensaios clínicos para testar a vacina nesta população. Após a aprovação, a ideia é que o imunizante entre para o calendário do SUS voltado às pessoas mais velhas, uma vez que o grupo está entre os mais vulneráveis para desfechos graves de dengue.

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A jornalista Érica Montenegro viajou a convite da Sociedade Brasileira de Imunizações. A 26ª Jornada de Imunizações foi realizada em em Recife (PE), entre 18 e 21 de setembro.

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