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Olimpíadas: atletas vivem mais tempo que as outras pessoas?

Diversos estudos associam a rotina de treinos realizados por atletas à longevidade. Especialista comenta riscos e cuidados

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Foto de stock de Revezamento racer cruzando a linha de chegada na pista de corrida
1 de 1 Foto de stock de Revezamento racer cruzando a linha de chegada na pista de corrida - Foto: Getty Images

Um estudo publicado em julho na BMJ Journals sugere que atletas profissionais de nível olímpico podem ganhar anos extras de vida graças aos treinos intensos.

A pesquisa analisou dados sobre as primeiras 200 pessoas que correram uma milha (o equivalente a 1,6 quilômetros) em menos de 4 minutos nas décadas de 1950, 1960 e 1970. Segundo os pesquisadores, esses corredores profissionais viveram, em média, quase cinco anos a mais do que a população em geral.

Os cientistas explicam que os atletas que conseguem cruzar o trajeto em menos de 4 minutos levam seus sistemas respiratório, cardiovascular, metabólico e musculo-esquelético ao máximo.

“Embora não tenhamos conseguido determinar a causa da morte da maioria dos corredores, estudos relatando ciclistas do Tour de France e grupos de atletas olímpicos, sugerem que os efeitos na longevidade são provocados principalmente pela redução das taxas de mortalidade cardiovascular e relacionada ao câncer”, escrevem os autores.

Pesquisas anteriores já mostraram que indivíduos fisicamente ativos vivem mais do que aqueles que não praticam exercícios.

O professor da Universidade Católica de Brasília Herbert Gustavo Simões, que também pesquisa as condições físicas de atletas veteranos, afirma que a prática regular de exercícios físicos já está bem associada à longevidade.

“Diversos artigos, que investigaram marcadores de envelhecimento biológico, mostraram que atletas veteranos apresentam telômeros mais longos, indicando uma idade biológica mais jovem, quando comparados a não atletas da mesma idade. Estima-se que eles sejam de 8 a 10 anos mais jovens biologicamente do que a idade cronológica”, conta o professor.

Ainda de acordo com Herbert, esses atletas têm um sistema imunológico similar ao de jovens, apresentando menor incidência de internação e morte quando acometidos por infecções, como a Covid, por exemplo. “De modo geral, o exercício físico regular desacelera o envelhecimento biológico, nos afasta de doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento, contribuindo para uma melhor saúde cardiovascular e metabólica e um sistema imunológico mais forte”, complementa.

A rotina de treinamentos também ajuda a manter o peso e a composição corporal saudável, além de melhorar a saúde mental.

E quanto ao desgastes provocados pelos treinos intensos?

O especialista explica que cada modalidade desportiva possui seus próprios riscos. Corredores podem sofrer lesões no músculo e no tendão e desgastes articulares quando exageram nos treinos, assim como para jogadores de futebol podem sofrer lesões articulares e ósseo-ligamentares mais graves.

No entanto, de modo geral, a prática de esportes é benéfica para a saúde e longevidade. “Cada esporte tem um nível de risco, porém com treinamento individualizado, prevenção adequada e tratamento correto de lesões, os efeitos positivos da prática superam em muito os possíveis impactos negativos”, afirma Herbert.

Os benefícios da prática de exercícios podem ser percebidos em poucos dias. De acordo com estudos do professor Herbert, uma única sessão de exercícios, já melhora a cognição, o metabolismo e o controle da pressão arterial. No entanto, estudos recentes têm demonstrado que exercícios intensos têm maior impacto na desaceleração do envelhecimento biológico do que apenas exercícios de intensidade moderada.

“Sugiro intercalar exercícios intensos até três vezes por semana com dias de exercícios leves a moderados, que promovam a recuperação e minimizem os riscos de overtraining“, ensina o profissional.

Cuidados necessários para aumentar a performance esportiva

Herbert orienta que antes de iniciar uma rotina de atividades intensas, é necessário estabelecer uma rotina de cuidados que incluem:

  • Acompanhamento profissional: orientação de um profissional de educação física ou treinador;
  • Aquecimento: realizar exercícios de aquecimento e mobilidade antes de treinar;
  • Alimentação balanceada: seguir uma dieta adequada para suportar a atividade física e evitar o sobrepeso;
  • Hidratação: manter-se bem hidratado antes, durante e após os exercícios;
  • Descanso e recuperação: garantir períodos adequados de descanso para evitar overtraining;
  • Monitoramento da saúde: realizar check-ups regulares para monitorar a saúde cardiovascular e geral.

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