Atenção: enxaqueca é muito mais do que uma dor de cabeça forte
Mais de 30 milhões de brasileiros sofrem da doença, sendo a maioria mulheres de 25 a 45 anos. Estresse, sono e açúcar podem ser gatilhos
atualizado
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é uma das doenças mais incapacitantes do mundo. O quadro da condição se caracteriza por um tipo de dor de cabeça forte com movimentos palpitantes em um dos lados da cabeça – ou nos dois. Geralmente, o desconforto vem acompanhado de fotofobia, fonofobia, náusea, vômito e algumas pessoas ainda apresentam tonturas. A duração da crise varia, podendo chegar a até 72 horas.
Dados do Ministério da Saúde apontam que 30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca. A maioria dos pacientes tem entre 25 e 45 anos, e 25% deles são mulheres. Cerca de 3% a 10% das crianças são afetadas pelo problema e a incidência da condição diminui após os 50 anos.
As causas exatas ainda são desconhecidas, mas se sabe que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética. A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo. Os estímulos podem variar desde jejum prolongado, alimentos específicos, estresse e até calor.
Um tipo bastante comum é a enxaqueca associada à disfunção auditivo-vestibular, quando tonturas aparecem junto com as dores de cabeça. Em alguma fase de sua vida, cerca de 15 milhões de pessoas serão atingidas por essa condição e não sabem disso.
De acordo com o médico Fayez Bahmad Jr., do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (Iborl), nos quadros de enxaqueca clássica, os sintomas podem durar poucos segundos ou, mesmo, 60 minutos. Já os pacientes com o problema associado à disfunção auditivo-vestibular podem sentir dor por horas, dias ou semanas.
Pessoas que sofrem com o tipo vestibular normalmente confundem os sintomas com labirintite. “Intolerância a movimentos, vertigem por estímulo visual, como telas de cinema, iluminação de lojas e shoppings centers e telas de computadores, também são muito características nesses pacientes”, destaca o especialista.
O tratamento é parecido com o das enxaquecas comuns, em que o médico prescreve remédio principalmente para episódios de crise, mas recomenda mudança de hábitos. Segundo Bahmad, é preciso convencer os pacientes a ingressarem no chamado migraine lifestyle, focando principalmente em alterações na alimentação, prática regular de atividade física e qualidade de sono.
Para garantir melhores resultados, o médico afirma que os pacientes devem reduzir ou eliminar o consumo de açúcar e aspartame, chocolates, cafeína, álcool e carboidratos. Esses alimentos, muitas vezes, agem como gatilhos no corpo.