Associação médica dos EUA indica low carb para pacientes com diabetes
Nova diretriz atesta eficiência da dieta da moda para quem apresenta tipo 2 da doença, mas substituições precisam ser feitas com cuidado
atualizado
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A dieta low carb é uma das opções mais adotadas nos dias de hoje para quem quer emagrecer. A Associação Americana de Diabetes (ADA, em inglês), em nova diretriz, considera que o método pode ser usado também para tratar pacientes com diabetes tipo 2, que frequentemente são obesos.
As pessoas com diabetes tipo 2 apresentam resistência aos efeitos da insulina – hormônio que regula a entrada de açúcar nas células – ou não produzem o suficiente para manter um nível de glicose normal. A principal forma de tratar o problema é equilibrando a alimentação, daí a utilidade de seguir o regime alimentar.
A dieta low carb recomenda que o consumo de carboidratos não passe de 45% do total das calorias ingeridas diariamente. Para isso, o cardápio deve priorizar fontes de proteína, legumes, verduras e fibras. Se for considerada very low carb ou cetogênica, a restrição é ainda mais radical, sendo aceitos apenas 26% do total de calorias provenientes de carboidratos.
Segundo o endocrinologista Márcio Dytz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia do Distrito Federal (SBem-DF), um diabético consome em média de 45% a 60% do total de calorias em carboidratos. Portanto, a dieta low carb pode, sim, ser uma boa opção para regular o açúcar, mas o especialista alerta que, antes de recomendá-la, os médicos precisam conhecer o histórico do paciente e o plano alimentar deve ser individualizado.
Os benefícios da low carb, especialmente em curto prazo, incluem redução de peso, da glicemia e dos triglicerídeos. “A grande maioria dos pacientes já terá uma melhora no quadro só de manter uma dieta equilibrada”, afirma Dytz.
No caso da adoção de uma dieta low carb, o endocrinologista faz um alerta importante: é preciso tomar cuidado na hora de fazer as substituições, porque, ao tirar os carboidratos, as pessoas têm tendência a aumentar a ingestão de gordura animal e saturada, o que eleva o colesterol LDL. “Para diabéticos isso é preocupante porque eles têm alto risco cardiovascular”, argumenta Dytz. “A recomendação é trocar o carboidrato ruim, como ultraprocessados, farinha e açúcar, por alimentos ricos em fibras e integrais”, finaliza.