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Ainda é uma boa ideia tomar aspirina para prevenir doenças cardíacas?

Em artigo, professor explica que aspirina era considerada uma maneira simples e econômica de reduzir o risco de ataques cardíacos e derrames

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Foto mostra vários comprimidos brancos de aspirina - Metrópoles
1 de 1 Foto mostra vários comprimidos brancos de aspirina - Metrópoles - Foto: GettyImages

Você já deve ter ouvido falar que tomar uma dose baixa diária de aspirina pode reduzir o risco de desenvolver doenças cardíacas. Mas, a menos que seu médico tenha lhe dito para tomar aspirina, notícias recentes devem fazê-lo pensar novamente, pois, para muitos, os riscos superam os benefícios.

De acordo com um novo estudo, os adultos mais velhos nos EUA continuam a tomar aspirina, apesar das crescentes evidências que questionam seus benefícios para aqueles sem histórico de doença cardiovascular.

Mas qual é a abordagem em outros países? Você será aconselhado a tomar uma dose baixa diária de aspirina se nunca tiver tido problemas cardíacos?

Durante anos, a aspirina foi considerada uma maneira simples e econômica de reduzir o risco de ataques cardíacos e derrames. A ideia é simples: a aspirina afina o sangue, ajudando a evitar a formação de coágulos que podem bloquear as artérias e causar ataques cardíacos ou derrames. Entretanto, estudos recentes levantaram preocupações sobre a segurança e a eficácia dessa abordagem, especialmente para pessoas sem histórico de doença cardíaca.

No Reino Unido, as diretrizes evoluíram para refletir esse novo entendimento. O National Institute for Health and Care Excellence (Nice), que assessora o NHS na Inglaterra e no País de Gales, agora recomenda contra o uso rotineiro de aspirina em baixas doses para prevenir doenças cardíacas em pessoas que não tiveram problemas cardíacos anteriores, como um ataque cardíaco, pois o risco de sangramento é muito grande para justificá-lo.

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O Reino Unido mudou a orientação sobre aspirina em 2009

A Nice alterou sua orientação sobre o uso de aspirina para prevenir um ataque cardíaco inicial ou derrame em 2009. A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA, que emite orientações no país, atualizou sua recomendação sobre a aspirina apenas em 2022.

A mudança na recomendação decorre de pesquisas abrangentes. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of the American Medical Association constatou que, em idosos saudáveis, a aspirina não reduziu significativamente a incidência de ataque cardíaco ou derrame. Entretanto, ela aumentou o risco de hemorragia com risco de vida. Outro grande estudo publicado no The Lancet corroborou esses resultados, enfatizando o delicado equilíbrio entre benefícios e danos.

No entanto, a chance de alguém que já teve um ataque cardíaco ou derrame sofrer outro é geralmente alta o suficiente para justificar os riscos associados à aspirina. Isso é chamado de “prevenção secundária”, e a Nice ainda recomenda o uso de aspirina nesses casos.

No entanto, mesmo nesse caso, há evidências para mais cautela, com um estudo do Reino Unido relatando em 2017 que pessoas com 75 anos ou mais apresentam sangramento com mais frequência quando tomam aspirina para prevenção secundária.

Embora a aspirina tenha sido a pedra angular da prevenção de doenças cardíacas por décadas, o surgimento de novas informações alimenta um ciclo constante de reavaliação e adaptação. Cabe às autoridades de saúde responder aos novos dados e alterar as diretrizes, e aos pacientes e médicos aderir a elas.

Agora sabemos que, para algumas pessoas, os riscos associados ao uso diário de aspirina de baixa dosagem podem superar os possíveis benefícios. Se estiver tomando aspirina diária de baixa dosagem ou pensando em tomá-la, converse com seu médico.

É importante conversar com seu médico antes de iniciar ou interromper qualquer medicamento. Ele pode ajudá-lo a entender seus fatores de risco para doenças cardíacas e determinar a melhor estratégia de prevenção.

Mudanças no estilo de vida, como manter uma dieta saudável, exercitar-se regularmente e controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol, continuam sendo fundamentais para a prevenção de doenças cardíacas.

*O artigo foi escrito pelo professor de farmacologia Alex Byes, da Universidade de Reading, no Reino Unido, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.

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