Aspartame: Inca aconselha população a evitar adoçantes artificiais
Instituto Nacional do Câncer (Inca) se posicionou após a OMS enquadrar o aspartame como agente “possivelmente cancerígeno”
atualizado
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O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou uma nota técnica recomendando que a população evite o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial. O posicionamento foi feito após a Organização Mundial de Saúde (OMS) enquadrar, na última quinta-feira (13/7), o aspartame no grupo 2B de cancerígenos, ao entender que ele inclui substâncias “possivelmente cancerígenas”.
“Considerando a atual classificação do aspartame pela Iarc como possível carcinógeno para humanos; considerando também as evidências científicas que apontam que o consumo de bebidas adoçadas com adoçantes artificiais não colaboram para o controle da obesidade, podendo ainda contribuir com o excesso de peso corporal; e por fim, considerando a associação direta do excesso de gordura corporal com pelo menos 15 tipos de câncer, o INCA aconselha à população geral evitar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial e adotar uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados“, diz a nota.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), da OMS, separa os cancerígenos em quatro grupos: 1 (cancerígeno), 2A (provavelmente cancerígeno), 2B (possivelmente cancerígeno) e 3 (sem classificação sobre o risco de câncer).
Os níveis separam as substâncias de acordo com a quantidade de evidências científicas disponíveis sobre a relação com o desenvolvimento de câncer, e não sobre o perigo de cada uma causar a doença.
Na categoria 2B há ao menos uma das seguintes avaliações: “evidência limitada de carcinogenicidade em humanos”, “evidência suficiente de carcinogenicidade em animais experimentais” ou “forte evidência mecanicista”, mostrando que o agente apresenta características-chave de carcinógenos em humanos, segundo explica o Inca.
O documento da Iarc também é assinado pelo Comitê Especializado em Aditivos Alimentícios (JECFA), da Organização de Comida e Agricultura (FAO), e determina que a quantidade diária considerada aceitável de aspartame é de 40 mg por quilo de peso corporal. Essa já era o nível indicado antes da decisão dos órgãos internacionais.
Um indivíduo com 70kg, por exemplo, teria que tomar entre nove e 14 latas de refrigerante diet adoçado com aspartame para ultrapassar o nível considerado seguro.
Adoçante artificial
Usado desde 1980, o aspartame tem apelo comercial por ter um sabor quase 200 vezes mais doce do que o açúcar, porém, sem calorias. Inicialmente, ele foi considerado mais saudável, mas o aumento expressivo do consumo pela população aos adoçantes artificiais coincide também com o aumento da obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis. Seu uso já foi associado à ansiedade em estudos científicos.
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