Artrite não é só doença de idosos. Crianças também podem desenvolver
Caso a criança apresente cansaço excessivo, dores nas articulações e falta de apetite, a possibilidade deve ser avaliada no diagnóstico
atualizado
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A artrite idiopática juvenil é uma doença que surge em crianças até os 16 anos e provoca a inflamação de uma ou mais articulações, causando sintomas como dor, inchaço e vermelhidão, eventualmente afetando outros órgãos, como coração, pulmão, olhos e rins. É uma doença sem cura, mas, se tratada corretamente, pode entrar em estado de remissão.
Apesar de não ser tão frequente, a doença não pode ser considerada rara. “Estima-se que uma em cada 400 ou 500 crianças tenha algum tipo de artrite, porém os números podem ser ainda maiores”, conta o reumatologista pediátrico Claudio Len, professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Existem três tipos principais de artrite infantil: a idiopática juvenil oligoarticular, a poliarticular e a sistêmica. Na artrite idiopática juvenil oligoarticular são acometidas até quatro articulações, sendo joelhos e tornozelos as mais frequentes. Nesses casos, também é comum os pacientes terem uveíte, uma inflamação nos olhos que exige avaliações oftalmológicas regulares. No tipo poliarticular, cinco ou mais articulações são afetadas e podem ocorrer febres ocasionais. Já no tipo sistêmico, a febre é alta, com um ou dois picos diários, e ainda podem aparecer dor no peito, dificuldade para respirar, aumento do fígado e do baço.
Os pais devem ficar atentos se, de repente, o filho deixar de realizar atividades rotineiras por causa do incômodo nas articulações. Algumas crianças não se queixam de dor, mas apresentam alguns sinais que podem indicar artrite, como mancar, ficar muito quieta ou ter dificuldade para usar as mãos para fazer movimentos delicados, como escrever ou pintar, por exemplo.
As causas da artrite infantil ainda são desconhecidas, mas pode ser que haja ligação com fragilidades no sistema imunológico, bem como com possíveis infecções. Segundo o médico, o diagnóstico é clínico e baseia-se na presença de artrite em uma ou mais articulações com duração igual ou maior que seis semanas. Ela pode ser confundida com a dor de crescimento, pois apresenta forte dores nas pernas. O tratamento varia de acordo com cada caso, mas pode envolver medicamento oral ou injetável e fisioterapia.