Aposentado recupera função urinária após passar por cirurgia inédita no DF
Homem de 75 anos sofria de hiperplasia benigna da próstata e após procedimento sem cortes voltou a sentir alívio ao ir ao banheiro
atualizado
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Ir ao banheiro quando se está apertado é um ato comum na rotina das pessoas. Fazer xixi, no entanto, se tornou um incômodo constante para José Osvaldo durante dois anos. O aposentado, de 75 anos, sofria de hiperplasia benigna da próstata, doença que leva a uma progressiva dificuldade para urinar e, ao longo do tempo, compromete a qualidade de vida. No início de julho isso mudou. Ele foi submetido a uma cirurgia inédita no Distrito Federal e, desde então, diz estar se sentindo muito bem e, agora, realmente aliviado.
A hiperplasia prostática é um aumento benigno – não se trata de câncer – do tamanho da próstata. Comum em homens a partir dos 50 anos, ela consiste no crescimento desse tecido prostático que pode comprimir a uretra, diminuindo o calibre e dificultando ou impedindo a passagem da urina. José Osvaldo começou a perceber a dificuldade para fazer xixi há cinco anos. “Parece que a bexiga está sempre cheia e saía um jato fininho e aí demorava mais. Eu não sentia dor, mas demorava muito mais”, descreve o aposentado.
Aconselhado pelos médicos, ele passou a usar medicamentos que traziam alívio na hora de urinar, mas sabia que chegaria a hora da cirurgia. “Foi tudo tranquilo. Eu não sabia qual seria o procedimento e nem que nunca tinha sido feito em Brasília, mas conheço meu médico há anos. Sei que ele viaja para fora do Brasil para estudar e confiava nele. Não tive dor alguma durante e nem depois da cirurgia”, conta José Osvaldo.
Ineditismo no DF
A cirurgia inédita em Brasília foi uma enucleação prostática anatômica feita no Hospital Santa Helena, da Rede D’Or São Luiz. Habitualmente, as cirurgias endoscópicas retiram apenas parte da próstata, promovendo resolução parcial do problema. No caso de José Osvaldo, o hospital foi o primeiro a realizar a cirurgia com retirada completa do tecido prostático por via endoscópica, ou seja, por dentro da uretra, sem incisão.
“Estamos felizes por poder iniciar esse projeto aqui no DF, principalmente por ver que nosso primeiro paciente está evoluindo ainda melhor que o esperado. Como o método elimina toda a parte doente da próstata, menos de 1% desses indivíduos precisa de nova intervenção”, comemora o urologista Renato Argollo.
Rodrigo Carvalho, o outro urologista envolvido no procedimento, destaca que as principais vantagens da técnica envolvem a falta de necessidade de cortes, ausência de dor no pós-operatório, mínimo sangramento, alta hospitalar precoce e retorno às atividades habituais em poucos dias.
Atualmente, mais de 20 dias após a operação, José Osvaldo explica que voltou a urinar assim como antes. “Logo depois que eu tirei a sonda (quatro dias depois da cirurgia), já melhorou. Ficou bem melhor. O doutor falou que eu sentiria uma diferença boa e foi o que aconteceu”.