Após trombose em grávida, Saúde avalia mudar indicação para vacina
Equipe técnica do Ministério da Saúde estuda restringir aplicação do imunizante contra Covid às gestantes que apresentem comorbidades
atualizado
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Após o Metrópoles ter noticiado o caso de uma gestante do Rio de Janeiro que desenvolveu uma trombose dias após ter tomado o imunizante contra Covid-19 da Oxford/AstraZeneca, o Ministério da Saúde informou que estuda mudar a recomendação da vacina para o grupo de mulheres grávidas.
Atualmente, as gestantes estão incluídas como prioridade entre os grupos de risco a serem vacinados nesta etapa da campanha da imunização contra a Covid-19. De acordo com a pasta, a área técnica reavalia, agora, se a vacina deve continuar a ser aplicada em gestantes sem comorbidades.
O caso ocorrido no Rio está sob investigação dos sistemas de vigilância em saúde do município, do estado e do executivo federal. Em apurações deste tipo é necessário avaliar o histórico pregresso da paciente para tentar estabelecer se, de fato, a vacina foi a causa do efeito adverso apresentado após a imunização. Outras condições de saúde da paciente precisam ser descartadas para que a relação direta seja estabelecida.
A formação de coágulos sanguíneos vem sendo acompanhada como um dos efeitos colaterais da vacina. No Brasil, os coágulos foram incluídos na bula do medicamento por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, eventos assim, até aqui, são raríssimos e, de acordo com as autoridades de saúde internacionais – entre elas a Organização Mundial de Saúde (OMS) – não justificam que a vacinação seja suspensa. O argumento é que os benefícios da vacina – evitar casos de Covid-19 – superam em muito os riscos de apresentar um coágulo sanguíneo em decorrência da sua aplicação.
De qualquer maneira, as pessoas imunizadas devem estar atentas à possibilidade de desenvolverem edemas (inchaços) dolorosos, que não regridem. Também precisam observar dores agudas de um lado só do corpo, dor de cabeça intensa e falta de ar progressiva. “Caso apareçam esses sintomas após a vacinação, é necessário procurar um serviço médico com urgência”, aconselha a infectologista Ana Helena Germoglio.