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Após tomar chá “emagrecedor”, mulher precisa de transplante de fígado

Médica Liliana Ducatti Lopes fez alerta nas redes sociais depois de receber paciente com falência do órgão após tomar cápsulas “milagrosas”

atualizado

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Uma médica gastroenterologista do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC) usou as redes sociais, na última semana, para alertar as pessoas sobre os riscos envolvidos no consumo de cápsulas de chás com promessas milagrosas de emagrecimento.

Liliana Ducatti está atendendo uma paciente que recebeu indicação para transplante de fígado após ter apresentado uma hepatite fulminante relacionada ao consumo de um produto comercializado como emagrecedor que seria composto por 50 ervas.

A médica contou que a paciente era saudável e não fazia uso de remédios. Ao investigar a causa, a cirurgiã do aparelho digestivo foi informada pela família da paciente que ela tinha o hábito de consumir as cápsulas.

“Quando olhamos o rótulo dessa medicação já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos e papers que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde”, disse Ducatti no Instagram.

Riscos relacionados a chás e medicamentos

Casos como o da paciente do HC – de pessoas saudáveis que desenvolvem falência aguda do fígado gravíssima, com recomendação de transplante urgente – já foram descritos na literatura médica.

“Sempre que nós recebemos esse paciente, a primeira coisa que a gente faz é investigar a causa. Na grande maioria das vezes é medicamentosa. Alguns medicamentos, como anabolizantes e outras medicações usadas, por exemplo Roacutan. Mas normalmente se faz uso desses medicamentos com acompanhamento médico e exame de sangue para ver como está a saúde do fígado”, explicou a médica no vídeo.

A paciente foi colocada como prioridade na fila do transplante de fígado, mas nenhum doador foi identificado até então.

“A gente está contando as horas, torcendo que apareça um doador e ela seja transplantada e sobreviva, mas a gente não tem certeza, e por uma medicação que poderia ter sido evitada, por um falso remédio para emagrecer, uma falsa ilusão de que é natural e não tem problema. Mas tem problema sim. Está muito bem descrito na literatura médica”, afirmou a médica.

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