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Após post polêmico, médicos pedem despolitização do Zé Gotinha

Em nota pública, entidades médicas defendem que boneco seja usado em sua versão original: “alegre, pacífica e motivadora”

atualizado

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Fiocruz/Divulgação
zé gotinha
1 de 1 zé gotinha - Foto: Fiocruz/Divulgação

Em comunicado a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) pediram às autoridades brasileiras que o Zé Gotinha, mascote criado em 1986 para estimular a vacinação, seja utilizado “em sua imagem original, alegre, pacífica e motivadora”.

De acordo com o documento, a preocupação das entidades médicas é de que as “discussões partidárias e ideológicas” ofusquem a realização de amplas e massivas campanhas de imunização contra o coronavírus.

“O início de 2021 trouxe um alento ao mundo, com o anúncio do licenciamento de vacinas contra a Covid-19. Esse motivo de celebração tem sido ofuscado no Brasil por discussões e disputas políticas que desrespeitam as vítimas dessa trágica doença. Posições partidárias e ideológicas assumem o espaço que, neste momento, deveria ser ocupado pelo que realmente importa: amplas e massivas campanhas de divulgação sobre a vacinação”, afirmam os médicos.

A manifestação vem após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) postar em suas redes sociais uma imagem do personagem com uma seringa de vacina adaptada para parecer um fuzil. O boneco utilizava, ainda, uma capa de herói feita com a bandeira brasileira. Na postagem, o parlamentar escreveu: “Nossa arma agora é vacina”, substituindo a legenda minutos depois por “Nossa arma é a vacina”.

Na sexta-feira (12/3), em entrevista ao Metrópoles, Darlan Rosa, criador do personagem, repudiou a imagem postada pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o artista, a adaptação do mascote foi um péssimo exemplo do que realmente significa o personagem e acrescentou: “Era tudo que eu não queria ver”.

Símbolo
As sociedades médicas explicam que o personagem foi criado para ser símbolo histórico do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “O Zé Gotinha foi capaz de dialogar com diferentes públicos para motivar e informar sobre a importância da vacinação e prevenção de várias doenças”, argumentaram.

Desde então, todas as campanhas nacionais contaram com a presença do personagem, que ganhou notoriedade graças aos esforços de pediatras e “muito tem contribuído para o alcance de resultados exitosos nas coberturas vacinais, especialmente entre o público infantil”.

Diante disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) requerem do Governo Federal que o Zé Gotinha “em sua imagem original, alegre, pacífica e motivadora – seja incorporado à campanha de vacinação contra a Covid-19, como símbolo de mais esse esforço nacional, ressaltando os valores que representa: o apego à ciência, a solidariedade, a união de forças e, sobretudo, a oferta de saúde e paz”.

Veja como funcionam as vacinas contra o coronavírus:

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