Após matar 2,4 milhões de animais, Dinamarca suspende sacrifício de visons
Pressões políticas fizeram governo desistir de exterminar animais, que são suspeitos de serem vetores de uma nova mutação do Sars-CoV-2
atualizado
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Depois de grande pressão política e popular, o governo da Dinamarca resolveu suspender a ordem de sacrificar 17 milhões de visons no país. O extermínio dos animais havia sido anunciado na semana passada pela primeira-ministra, Mette Frederiksen.
De acordo com as autoridades de saúde locais, a medida seria necessária para conter a disseminação de uma nova cepa do coronavírus, que poderia ameaçar a eficácia das vacinas contra Covid-19 que estão em desenvolvimento atualmente.
Até esta segunda-feira (9/11), 2,4 milhões de animais já haviam sido mortos no país. A medida foi suspensa, principalmente, por causa de suas implicações econômicas.
Os parlamentares do Venstre, partido de oposição ao governo dinamarquês, alegaram que as evidências científicas não eram suficientes para comprovar a necessidade de exterminar os visons.
Também argumentaram que isso afetaria o emprego e a renda de muitas pessoas: o país nórdico é o maior criador de visons do mundo, a pele dos pequenos mamíferos é usada para a confecção de casacos.
“O governo está tirando o sustento de um grande número de pessoas sem realmente ter os direitos legais para fazê-lo”, afirmou Jakob Ellemann-Jensen, líder do Venstre, ao jornal The Guardian.
A Dinamarca registrou 214 casos de pessoas que teriam adquirido a Covid-19 em criadouros de visons. Entre elas, doze foram infectadas com o coronavírus mutado, que exibe uma alteração justamente na proteína spike, parte do vírus que invade e infecta as células saudáveis..
A Holanda, que também notificou casos de Covid-19 em visons, interrompeu o comércio de peles até março de 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou maior vigilância em locais onde os animais são criados para evitar novos casos de transmissão entre animais e de animais para humanos.