Após anos de dores nas costas, idosa descobre que causa eram óculos
Barbara Smith fez fisioterapia e até uma operação para reduzir as mamas antes de descobrir que lentes varifocais eram a razão do problema
atualizado
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Por seis anos, Barbara Smith, uma inglesa de 74 anos, precisou conviver com dores intensas no pescoço e nos ombros. O incômodo tornou-se tão insuportável que tarefas simples, como virar a cabeça para conversar com alguém ou ler passaram a ser praticamente impossíveis. Após diversos tratamentos, que incluíram o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia e até uma cirurgia de redução de mamas, Barbara finalmente descobriu a causa das dores agonizantes: as lentes do óculos.
Ao Daily Mail, Barbara contou que costumava trabalhar em média 12 horas por dia em frente ao computador. Com o tempo, passou a sentir dores nos ombros e no pescoço, mas, no início, não deu muita atenção. Ao sentir a rigidez muscular atingir níveis quase incapacitantes, ela resolveu procurar atendimento médico.
No hospital, a idosa foi diagnosticada com artrite. O clínico geral que a atendeu prescreveu um medicamento anti-inflamatório, porém o remédio não foi suficiente para amenizar o desconforto. Sem conseguir dormir, dirigir, cozinhar ou realizar várias outras atividades de sua rotina, Barbara tentou de tudo.
Deu início a um tratamento com fisioterapia, trocou de emprego e, por sugestão de um médico, passou por uma cirurgia de redução de mamas. De acordo com o especialista, a operação poderia reduzir o peso que os seios estariam causando à coluna, ao pescoço e aos ombros da paciente, aliviando as dores.
Todos os esforços, infelizmente, foram em vão. Após seis anos de procedimentos inconclusivos, um exame de vista de rotina revelou que a resposta para os problemas de saúde de Barbara estavam, literalmente, na sua frente: as lentes dos óculos. “A essa altura, meus ombros estavam tão rígidos que não consegui nem me abaixar para o descanso de queixo quando o oftalmologista quis testar a pressão em meu olho”, contou.
Barbara utilizava óculos com lentes varifocais, um tipo feito para pessoas com dificuldade de enxergar de perto e de longe. Enquanto a parte inferior da lente aumenta o que está sendo visto (tornando atividades como ler ou escrever mais fáceis), a metade superior é projetada para visualizar objetos à distância. Diferente das lentes bifocais, em que estas duas seções são divididas por uma linha no meio da lente, a mudança nas lentes varifocais é gradual.
A idosa usava lentes varifocais há 20 anos. De acordo com o médico que a atendeu, movimentos sutis, porém constantes, foram os responsáveis pelas dores e rigidez muscular de Barbara. Isso porque quando a tela do computador não está na posição correta e, quando o usuário está muito perto da tela, a tendência é inclinar o queixo para cima, mesmo que ligeiramente, para ver através da parte correta da lente.
“Se você fica em frente ao computador o dia todo, está constantemente movendo ligeiramente a cabeça para ver claramente. Este movimento pode causar cansaço visual, mas, eventualmente, causa problemas no pescoço e nos ombros”, disse, em entrevista ao Daily Mail, o optometrista Bhavin Shah.
Com o tempo, o especialista explica que mover a cabeça em vez dos olhos para ver a tela terá um efeito cumulativo que torna os nervos ao redor das articulações mais sensíveis. O comportamento também pode causar um desequilíbrio nos músculos entre a omoplata e o pescoço, tornando-os rígidos.
Uma semana depois da troca de lentes, Barbara já não sentia mais tanta dor no pescoço e nos ombros. Em quatro meses, os incômodos desapareceram totalmente. Atualmente, ela usa dois óculos diferentes: um para enxergar de perto e outro para conseguir ver de longe.