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Anvisa rebate ofício enviado pelo CFM contra uso de máscaras

Conselho Federal de Medicina afirma não existir evidências científicas que comprovem a eficácia de máscaras na proteção contra a Covid-19

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Arquivo/Agência Brasília
Pessoa mostrando máscara
1 de 1 Pessoa mostrando máscara - Foto: Arquivo/Agência Brasília

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se posicionou, nesta quarta-feira (15/2), sobre as críticas feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) às recomendações de uso de máscaras para conter a transmissão do coronavírus.

Em ofício enviado à Anvisa na segunda-feira (13/2), o presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, afirmou não haver evidências científicas que justifiquem o uso obrigatório do item de proteção em aeroportos e aeronaves. “Além de não ter evidência de proteção, existe evidência de agravos à saúde dos tripulantes, passageiros e ao meio ambiente”, diz o documento assinado pelo presidente do CFM.

O uso das máscaras em aviões e nas áreas de embarque dos aeroportos voltou a ser obrigatório por determinação da Anvisa em novembro de 2022. A sugestão do CFM para que a norma seja revista contraria recomendações de autoridades nacionais e internacionais de saúde, entre elas a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Argumentos

No texto enviado à agência reguladora, o presidente do CFM afirma que não existe mais estado de emergência sanitária da Covid-19 no planeta desde meados de 2022 ou curva epidêmica em vigência. “E mesmo que houvesse, a medida da Anvisa carece de fundamentação técnica e científica para sua execução. As previsões de aumento de curvas e óbitos de forma dramática foram feitas de forma equivocada”, pontua.

A afirmação do CFM foi feita em cima de publicações científicas sobre a eficácia do uso de máscaras na prevenção contra o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. Algumas das análises foram realizadas antes da pandemia da Covid-19 e se referem a uso de máscaras de pano, que oferecem proteção inferior às máscaras exigidas pela Anvisa.

Em nota destinada à imprensa, a Anvisa esclarece que pauta suas decisões nas melhores evidências científicas e está alinhada a organismos nacionais e internacionais de referência como o Ministério da Saúde, OMS e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A agência reforça que ainda há circulação do coronavírus no país, o que pode levar ao aparecimento de novas variantes de preocupação.

“A Agência acompanha os resultados do monitoramento epidemiológico da Covid-19, associada ao momento do país, no qual há maior circulação de pessoas e aglomerações em condições diversas, em virtude do período do Carnaval”, afirma.

A agência destaca ainda que diferentes grupos de pessoas – inclusive as mais vulneráveis, como grávidas, idosos, crianças, pessoas viajando para tratamentos de saúde e imunodebilitados – usam o transporte aéreo.

“O uso correto da máscara é um ato de proteção individual e coletiva. Na mesma direção, as vacinas Covid-19 são seguras e protegem contra as hospitalizações e mortes”, afirma a nota da Anvisa.

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Segundo estudo divulgado em dezembro de 2021 pelo Instituto Max Planck, na Alemanha, a máscara funciona como um escudo contra a Covid e ajuda a conter surtos de outros vírus que podem apresentar potencial epidêmico, como a H3N2
Segundo a revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), quando uma pessoa infectada utiliza máscara como a PFF2 e uma pessoa saudável que esteja próxima a ela também utilize uma PFF2, a chance de contágio seria de apenas 0,1%. No entanto, nem todas as máscaras de proteção apresentam a mesma eficácia
Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que avaliaram 227 diferentes máscaras e cujo estudo foi publicado na revista Aerosol Science and Technology, a filtração da PFF2 (também conhecida como N95) impede a passagem de 98% de partículas de 60 a 300 nm. Por isso, a PFF2 é a máscara de proteção mais indicada
Ainda segundo o estudo, que analisou a capacidade dos acessórios de impedir que o vírus seja respirado ou expelido, as máscaras cirúrgicas ficaram em segundo lugar no quesito proteção. Isso porque elas apresentaram 89% de capacidade de filtragem
Um pouco mais resistente do que a máscara cirúrgica, a PFF1 é forrada com um filtro que repele os micro-organismos. Contudo, o custo-benefício do produto pode não ser tão interessante, já que ele é descartável e seu preço não é dos mais baratos
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Apesar da flexibilização das regras para uso de máscaras e da queda de casos de Covid registrados no Brasil, ainda não é hora de abrir mão dos cuidados para conter o vírus, principalmente com tantas variantes em circulação

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Segundo estudo divulgado em dezembro de 2021 pelo Instituto Max Planck, na Alemanha, a máscara funciona como um escudo contra a Covid e ajuda a conter surtos de outros vírus que podem apresentar potencial epidêmico, como a H3N2

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Segundo a revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), quando uma pessoa infectada utiliza máscara como a PFF2 e uma pessoa saudável que esteja próxima a ela também utilize uma PFF2, a chance de contágio seria de apenas 0,1%. No entanto, nem todas as máscaras de proteção apresentam a mesma eficácia

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Segundo pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que avaliaram 227 diferentes máscaras e cujo estudo foi publicado na revista Aerosol Science and Technology, a filtração da PFF2 (também conhecida como N95) impede a passagem de 98% de partículas de 60 a 300 nm. Por isso, a PFF2 é a máscara de proteção mais indicada

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Ainda segundo o estudo, que analisou a capacidade dos acessórios de impedir que o vírus seja respirado ou expelido, as máscaras cirúrgicas ficaram em segundo lugar no quesito proteção. Isso porque elas apresentaram 89% de capacidade de filtragem

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Um pouco mais resistente do que a máscara cirúrgica, a PFF1 é forrada com um filtro que repele os micro-organismos. Contudo, o custo-benefício do produto pode não ser tão interessante, já que ele é descartável e seu preço não é dos mais baratos

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As famosas máscaras de algodão, no entanto, apresentaram a menor eficácia contra a retenção das partículas, cerca de 20% e 60%. Isso porque o tecido utilizado para a confecção da peça deixa mais espaço entre os fios e diminui a proteção contra o vírus

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Contudo, ainda segundo os pesquisadores, apesar da eficácia que as máscaras apresentam, de nada servirá se não forem utilizadas corretamente. Ajustar a máscara ao rosto, evitando brechas no contato do acessório com nariz, queixo e bochechas e realizar trocas da peça durante o dia é essencial para garantir a proteção contra a Covid e qualquer outro vírus

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