Anvisa nega que Sputnik-V esteja sendo prejudicada por razão política
Em nota, agência reguladora sustenta que representantes da vacina russa ainda não apresentaram documentação necessária para autorização
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu se pronunciar nesta sexta-feira (19/3) sobre as acusações do presidente da União Química, Fernando Marques que, em áudio, reclamou sobre as dificuldades que tem tido com o órgão regulatório para aprovar a vacina russa Sputnik V contra a Covid-19.
No áudio, obtido pelo jornal O Estadão, Marques diz que a Anvisa favorece a Fiocruz e o Butantan, “controlados por Doria, PT e PC do B”, e que foi humilhado em reunião com o presidente do órgão, Antônio Barra Torres. Segundo ele, o processo burocrático atrasa a aplicação de mais uma vacina contra a Covid-19 durante o momento crítico que passa o país.
A assessoria do empresário confirmou o teor das declarações que, originalmente, foram enviadas ao empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan.
A União Química entrou com pedido de uso emergencial para a Sputnik V em 15/1, mas o processo foi devolvido pela Anvisa no dia seguinte. A agência alega que faltam documentos essenciais para a análise.
Na nota divulgada nesta sexta, a agência reguladora afirma que já teve 15 reuniões com representantes da Sputnik V e ainda não recebeu os documentos solicitados.
Algumas das informações esperadas mas ainda não entregues envolvem dados de segurança dos estudos fase 3 da vacina, lista dos locais de produção e documentos de boas práticas de fabricação, dados sobre prazo de validade, cuidados de conservação, texto de bula e rotulagem e plano de gerenciamento de riscos, entre outros.
“A Anvisa não tem predileção nem exerce favorecimento a nenhuma empresa. Além disso, o diretor-presidente da Agência, Antônio Barra Torres, preza sempre pela cordialidade e urbanidade ao receber pessoalmente integrantes do setor regulado em reuniões que são publicadas em agenda de trabalho e que possuem ata gravada e escrita”, diz a nota.
A próxima reunião com representantes da União Química e do Fundo Soberano Russo deve acontecer na próxima segunda (22/3).
“Por fim, a Agência esclarece que não exerce nenhum tipo de atividade político-partidária, nem trabalha para favorecer qualquer liderança política. A Anvisa é um órgão de Estado, com a missão de garantir a segurança sanitária da população brasileira”, conclui o órgão.
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