Anvisa critica posição racista de fabricantes de pomada para cabelo
Em reunião com equipe técnica, fabricantes de pomadas suspeitas de causar irritação nos olhos culparam clientes por não lavar os cabelos
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota criticando representantes de fábricas de pomadas capilares por colocações racistas realizadas em uma reunião técnica realizada na última sexta-feira (17/2).
A agência investiga porque os produtos usados para trançar cabelos vem provocando reações adversas graves nos consumidores, sendo as infecções oculares as mais comuns. Durante a reunião técnica, representantes da indústria alegaram que os problemas teriam ocorrido devido à prática dos usuários “de não lavar os cabelos trançados por diversos dias”.
A agência não especificou, contudo, as pessoas que teriam feito declarações com este teor e a quais marcas estariam ligadas. A reunião virtual estava aberta aos consumidores e contou com mais de 400 participantes. As declarações passaram a ser questionadas nas redes imediatamente após terem sido feitas.
“A Anvisa refuta e abomina qualquer forma de discriminação, em especial o racismo. Como instituição pública, a Agência está comprometida com a proteção e a promoção da saúde da população, considerando o acolhimento das diversidades de povos, etnias e culturas que compõem o Brasil”, diz a agência, em texto divulgado na terça-feira (28/2).
A agência também destaca que, até o momento, não há dados que indiquem que o problema seja provocado pela forma de uso do produto.
Intoxicação
Já foram registrados 780 casos de intoxicação causados pelo uso de pomadas modeladoras de cabelo. As reações adversas mais comuns foram inflamação na córnea, dor ocular e ardência, sensação de corpo estranho nos olhos e perda da acuidade visual.
Os relato motivaram a agência reguladora a suspender a comercialização de todas as marcas de pomadas para modelar, fixar ou trançar cabelos. O prazo da Anvisa para concluir a investigação sobre o assunto vai até maio.
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