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Anticorpos produzidos pós-vacina são menores em pessoas com 80 anos

Estudo alemão mostra que maiores de 80 anos tiveram menor número de anticorpos produzidos em comparação aos vacinados de 60 anos

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Gustavo Alcântara/Especial Metrópoles
Vacinação contra Covid-19 em pessoas com comorbidades e gestantes no estacionamento 13 do Parque da Cidade
1 de 1 Vacinação contra Covid-19 em pessoas com comorbidades e gestantes no estacionamento 13 do Parque da Cidade - Foto: Gustavo Alcântara/Especial Metrópoles

A pandemia de Covid-19 levou ao desenvolvimento de várias vacinas e a priorização, na maioria dos países do mundo, pela imunização da população idosa. No entanto, as respostas imunológicas induzidas no grupo de vacinados com mais de 80 anos ainda são pouco conhecidas.

Evidências de uma pesquisa recente apontam para uma produção inferior no número de anticorpos em pessoas vacinadas com a fórmula desenvolvida pela Pfizer/BioNTech em relação a pessoas mais jovens vacinadas com o mesmo imunizante.

A análise das amostras de sangue de 176 moradores de um centro de longa permanência para idosos na Alemanha apontou que 31,3% dos indivíduos com mais de 80 anos não apresentaram anticorpos neutralizantes para o Sars-CoV-2 até 19 dias após a segunda dose. No caso daqueles com 60 anos ou menos, 97,8% dos vacinados desenvolveram esses anticorpos.

O estudo “Resposta imune dependente da idade à vacinação Biontech/ Pfizer BNT162b2 COVID-19” (em tradução do inglês) foi aceito para publicação e divulgado na forma de pré-print pela Oxford University Press no final de abril de 2021.

A pesquisa foi liderada pela doutoranda Lisa Müller, da Universidade de Düsseldorf. Ela comparou amostras de sangue de dois grupos de pessoas imunizadas: idosos com mais de 80 anos e pessoas com menos de 60 anos.

As amostras foram coletadas em duas etapas: entre 17 e 19 dias após a primeira dose da vacina Pfizer e 17 dias após a segunda dose. Na primeira coleta, o grupo mais jovem já apresentou uma resposta imunológica com a produção de anticorpos específicos contra o Sars-CoV-2 em uma taxa média de 313 anticorpos por ml. Em 2,3% dos participantes, o resultado foi indeterminado e apenas 4,4% tinham quantidades menores que o limite.

Já no grupo dos mais velhos, quase 70% não apresentaram anticorpos acima do limite detectável, e 9,4% foram indeterminados.

Embora o incremento dos níveis de anticorpos após a segunda dose tenha sido maior no grupo de pessoas mais velhas, o número absoluto médio desse grupo permaneceu menor do que o grupo mais jovem. Após a segunda dose, mais de um terço dos idosos (31,3% ) não tinham anticorpos neutralizantes detectáveis em contraste com o grupo mais jovem, no qual apenas 2,2% não tinham anticorpos neutralizantes detectáveis.

Imunossenescência

De acordo com o estudo, as principais diferenças entre os dois grupos são provavelmente consequência de imunosenescência, fenômeno que descreve as respostas imunes reduzidas em idosos para outras vacinas, não apenas contra a Covid-19.

No caso da vacina contra a gripe, essa imunidade mais baixa já é conhecida e em parte controlada pelas campanhas de vacinação anuais focadas nesta faixa etária. “Nossos dados apresentados aqui sugerem que pode ser necessário ter estratégias em mão para superar possíveis limitações relacionadas à idade para a vacinação da Covid-19”, afirma o estudo.

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