Anticorpos produzidos contra coronavírus diminuem após o 2º mês, diz estudo
Pesquisa publicada na revista Nature alerta para os riscos de uma segunda infecção dos recuperados já que as defesas caem ao longo do tempo
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo da Universidade de Medicina de Chongqing, na China, publicado na última quinta-feira (18/06), na revista Nature, sugere que os anticorpos produzidos no organismo de pessoas infectadas pelo novo coronavírus têm duração de curto prazo, com queda a partir do segundo mês após a infecção.
As evidências alertam para um novo risco de contaminação entre curados e são importantes para o desenvolvimento das vacinas e das estratégias de imunização. “A força e a duração da imunidade após a infecção são questões-chave para a ‘imunidade de proteção’ e para a tomada de decisões sobre como e quando aliviar as restrições de distanciamento físico”, diz o estudo.
Os cientistas avaliaram e compararam a resposta imunológica de 37 pacientes assintomáticos da Covid-19 e 37 com os sintomas da doença, todos do distrito de Wanzhou, na China, com idades entre 8 e 75 anos. Eles foram mantidos em isolamento no Hospital Popular de Wanzhou por determinação do governo local.
Mais de 93% dos assintomáticos tiveram diminuição dos níveis de anticorpos IgG – os chamados anticorpos de memória – em oito semanas após a alta hospitalar. Entre os sintomáticos, o índice chegou a 96,8%.
Os resultados também mostraram que os pacientes assintomáticos têm uma resposta imune mais fraca à infecção por Sars-CoV-2. Ao menos 62,2% deles apresentaram resultado positivo para IgM – os anticorpos que atuam na fase inicial – e 81% para IgG. Entre os sintomáticos, os níveis foram de 78,4% e 83,8%, respectivamente, dentro do período de três a quatro semanas seguintes à infecção.