metropoles.com

Anticoncepcional e cigarro causam mais coágulos do que vacina. Entenda

Risco de trombos para quem toma vacina da AstraZeneca é muito menor do que para quem usa contraceptivos ou fuma

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Science Photo Library/GettyImages
veias e artérias do pescoço
1 de 1 veias e artérias do pescoço - Foto: Science Photo Library/GettyImages

Nas últimas semanas, a possibilidade de desenvolvimento de coágulos após a administração da vacina de Oxford/AstraZeneca tem preocupado a população. Com medo de ter trombose decorrente da aplicação do imunizante, muitos deixaram de procurar o posto de saúde para receber dose do imunobiológico contra a Covid-19.

O risco de desenvolver coágulos pós-vacina, no entanto, é muito pequeno. No Reino Unido, por exemplo, onde mais de 28 milhões de pessoas já foram imunizadas com a AstraZeneca, foram registrados 242 casos e 49 óbitos pelo MHRA, a agência reguladora britânica. Segundo o órgão, são 10,5 ocorrências a cada 1 milhão de pessoas que tomaram a primeira dose do imunobiológico.

A formação de coágulos na população em geral não é considerada raríssima. Segundo o CDC, dos Estados Unidos, a estimativa é que, por ano, uma ou duas pessoas a cada grupo de mil tenham coágulos sanguíneos. Além dos indivíduos com problemas de coagulação, a formação de trombos pode atingir fumantes (2,43 a cada grupo de 10 mil, estima a Universidade Sun Yat-Sen, na China) ou mulheres que usam anticoncepcional (3 a 9 em cada 10 mil mulheres que usam o método contraceptivo por ano, segundo o FDA). Em mulheres obesas, a incidência é de 2 casos a cada grupo de 10 mil, de acordo com a Universidade de Oxford.

O problema pode acontecer também em pessoas saudáveis que passam muito tempo sentadas, como em uma viagem longa de avião (1,65 a cada 1 milhão de passageiros em voos com mais de 8 horas de duração, de acordo com levantamento do Ramón y Cajal Hospital, na Espanha), por exemplo.

A trombose é a coagulação do sangue dentro de um vaso. Pode ser arterial ou venosa, que é a mais comum. Há vários fatores de risco, e pode acontecer em qualquer local do organismo, mas, normalmente, é nos membros inferiores”, explica Celso Amodeo, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. O coágulo entope a veia ou artéria e impede o fluxo de sangue para os órgãos.

Quando o coágulo se desprende e vai parar no pulmão, o evento médico é chamado de embolia. Se ele é formado dentro das artérias coronárias, pode causar infarto. E se entope um vaso na cabeça, é chamado de embolia cerebral.

“No caso da vacina, em situações extremamente raras, foi identificado que o imunizante pode interferir em algum ponto da cascata de coagulação, e acontece mais em pessoas com baixa nas plaquetas. Não é a vacina que faz as plaquetas caírem. É preciso levar em consideração ainda que o próprio coronavírus também estimula esses fenômenos trombóticos nas fases mais avançadas da Covid-19”, explica o médico.

Apesar de perigosos, os coágulos têm tratamento quando detectados com antecedência. Amodeo pontua que alguns sintomas são dores nas pernas, inchaço e muita dor na panturrilha ou coxa quando a área é apalpada. Caso a trombose seja cerebral, é como se fosse um derrame, e pode causar desde tontura até coma ou morte do paciente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) sugere que as pessoas que receberem as doses da AstraZeneca fiquem 20 dias atentas a sintomas, como falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, sintomas neurológicos (dor de cabeça forte e visão borrada), ou pequenos pontos de sangue debaixo da pele na região onde a vacina foi aplicada. Nesse caso, a indicação é procurar atenção médica com urgência.

“Uma vez identificado, é preciso tomar anticoagulante. No início, é intravenoso, e depois o paciente deve continuar tomando o remédio oralmente por pelo menos seis meses, para evitar que mais trombos sejam formados”, explica o cardiologista.

6 imagens
coágulo na cabeça
A vacina Oxford/AstraZeneca
Fundação foi uma das principais produtoras de vacinas da Covid no Brasil
A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19
Vacina AstraZeneca está sendo apontada por 51 famílias inglesas como causadora de tromboses graves e até de mortes
1 de 6

Vacina AstraZeneca tem eficácia maior com a 2ª dose contra coronavírus e variante Gamma

Danny Lawson/PA Images/GettyImages
2 de 6

coágulo na cabeça

BSIP/Universal Images Group via Getty Images
3 de 6

A vacina Oxford/AstraZeneca

Jaap Arriens/NurPhoto via Getty Images
4 de 6

Fundação foi uma das principais produtoras de vacinas da Covid no Brasil

Divulgação/Fiocruz
5 de 6

A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19

Joaquin Gomez Sastre/NurPhoto via Getty Images
6 de 6

Vacina AstraZeneca está sendo apontada por 51 famílias inglesas como causadora de tromboses graves e até de mortes

Gareth Fuller - WPA Pool / Getty Images

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?