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Anoxemia: entenda caso da jovem que morreu em agachamento na academia

A autópsia revelou que Ariatna Esparza, de 22 anos, morreu devido à anoxemia. Caso ocorreu na cidade de Torreón, no México

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Jovem fazendo levantamento terra com barra pesada no ginásio, atleta feminina forte com corpo musculoso levantando pesos, exercitando com barra - Metrópoles
1 de 1 Jovem fazendo levantamento terra com barra pesada no ginásio, atleta feminina forte com corpo musculoso levantando pesos, exercitando com barra - Metrópoles - Foto: Getty Images

Em 16 de agosto, a jovem mexicana Ariatna Lizeth Mata Esparza, de 22 anos, morreu enquanto praticava exercícios físicos em uma academia na cidade de Torreón, no México. Ela desmaiou após levantar peso durante um exercício de agachamento com barra.

Ariatna caiu repentinamente no chão da academia enquanto executava sua série. Paramédicos foram acionados, mas já encontraram a jovem sem sinais vitais. Segundo o portal mexicano Milenio, a autópsia revelou que ela morreu por anoxemia, uma condição caracterizada pela falta de oxigênio no sangue.

Durante a autópsia, também foram identificadas hemorragia cerebral aguda e coágulos em várias regiões do corpo da jovem, ambos de origem não traumática.

O que é anoxemia?

O professor de Educação Física David Miguel da Silva Junior da Academia D’stak, de Brasília, explica que a anoxemia é o estado de baixa concentração de oxigênio no sangue. Durante atividades físicas intensas, a respiração se torna mais difícil, o que pode limitar a capacidade de oxigenação sanguínea.

“O oxigênio é o combustível que mantém o corpo funcionando. Quando os níveis estão baixos, o organismo não opera corretamente e, em casos extremos, a falta de oxigênio pode sobrecarregar tanto o coração quanto o cérebro”, diz.

O professor destaca que, por ser um exercício de alta intensidade, o agachamento pode desencadear anoxemia caso o indivíduo não esteja respirando corretamente durante o movimento. Ele acrescenta, entretanto, que ocorrências tão graves assim são raríssimas.

“Se a pessoa já estiver com uma baixa concentração de oxigênio no sangue, a respiração inadequada e o esforço intenso podem agravar a situação”, acrescenta David. Um agravante é que a jovem morava em uma cidade a cerca de 1.120 m acima do nível do mar, o que já torna a oxigenação sanguínea mais baixa.

De acordo com David, o organismo possui mecanismos de segurança para situações assim, como o desmaio, que é uma forma de se proteger em situações extremas.

“Quando a pessoa não respeita os sinais de alerta do corpo, como baixa capacidade física momentânea, sonolência ou até mesmo desmaio, a falta de oxigênio para as funções básicas pode, em última instância, levar ao óbito”, aponta.

O médico do esporte e professor da Universidade Santo Amaro, Fernando Hess Câmara Melo, afirma que vários fatores podem contribuir para episódios assim, entre eles estresse extremo, dieta inadequada ou despreparo cardiovascular.

O especialista acrescenta que, durante o agachamento, dependendo da posição em que o peso é colocado, pode haver compressão de vasos sanguíneos, o que pode atrapalhar o retorno venoso necessário à circulação do sangue.

“Quando há compressão, especialmente na artéria aorta, a passagem de sangue é prejudicada, o que pode levar a uma redução do sangue enviado ao coração e, consequentemente, aos pulmões, comprometendo a oxigenação”, explica Fernando.

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