Anitta é diagnosticada com estafa mental. Conheça o problema
Esgotamento pode ser causado por estresse e longos períodos de trabalho sem descanso. Complicação gera impactos emocionais e físicos
atualizado
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Recentemente, Anitta cancelou participações em programas de televisão devido à estafa mental. Segundo comunicado enviado à imprensa pela assessoria de comunicação da cantora, a artista está de repouso por recomendação médica. Mas o que é a “estafa mental” e quais os principais sintomas do problema?
De acordo com a psicóloga Joyce Cassemiro, a estafa mental acontece, geralmente, quando a pessoa está muito sobrecarregada, não necessariamente apenas por questões de trabalho. “É um processo de estresse que se acumula por conta do excesso de atividades, responsabilidades e cobranças, quando não há espaço para atividades prazerosas”, define.
A estafa causa intenso desgaste físico e emocional, segundo a psicóloga. A pessoa passa a ficar mais lenta e com tendência a procrastinar, sem conseguir cumprir suas atividades normais. Joyce explica que é comum sentir-se com falta de disposição, desânimo, irritação e ficar com a sensibilidade à flor da pele, chorando com facilidade. “É angustiante porque a pessoa se sente triste ao não conseguir fazer o que antes conseguia.”
Adoecimento por trabalho
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a exaustão, ou esgotamento exacerbado, recebe o nome de síndrome de Burnout quando relacionada ao ambiente de trabalho. Em tradução livre, o termo burnout significa “queimar até não sobrar nada”, ou seja: é uma situação em que não há mais energia para gastar. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a síndrome na Classificação Internacional de Doenças (CID), sob o código QD85. O problema foi descrito como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”.
Segundo a OMS, o burnout caracteriza-se por três elementos: sensação de esgotamento; cinismo ou sentimentos negativos relacionados ao trabalho; e eficácia profissional reduzida. O organismo internacional estima que a síndrome atinja em média 10% da população mundial. Os sintomas também incluem desgaste profundo, falta de entusiasmo e irritação com o trabalho, além de estresse.
Fora o cansaço físico e mental, quem sofre com burnout pode apresentar alterações no apetite e insônia. “Há dificuldade de se concentrar em outras atividades, já que a pessoa ‘rumina’ a situação que não consegue gerenciar”, completa a psicóloga Joyce Cassemiro. “Há a sensação forte de fracasso, associada à insegurança de não saber o que fazer e à sensação de incompetência, gerando retraimento, isolamento e queda no desempenho.”
O tratamento para os dois problemas envolve psicoterapia para fortalecer o lado emocional e o autoconhecimento. “Assim, o paciente consegue pensar em como se reorganizar diante das situações de estresse que não consegue gerenciar”, justifica a psicóloga. Em casos mais agudos, pode ser necessário o uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. Exercícios físicos também são altamente recomendáveis, bem como inserir atividades mais prazerosas e leves na rotina.