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Animais de estimação podem transmitir superbactérias para as pessoas?

Estudo feito por cientistas do Hospital Universitário Charité, de Berlim, avaliou a incidência de bactérias comuns em animais e seus tutores

atualizado

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Pesquisadores do Hospital Universitário Charité, em Berlim, afirmam que cães e gatos domésticos podem transmitir bactérias resistentes a antibióticos para as pessoas, embora seja muito raro.

A descoberta, feita a partir de amostras de swabs nasais e retais de 2.891 pessoas hospitalizadas e de 400 animais de estimação, foi apresentada no último sábado (18/3), durante o Congresso Europeu de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, em Copenhague, na Dinamarca.

Além da coleta das amostras, os participantes do estudo foram questionados sobre fatores de risco conhecidos para os organismos multirresistentes (MDROs), como infecção recente ou uso de antibióticos, internações, número de animais de estimação na casa, proximidade de contato e sobre a saúde dele.

Os pesquisadores se concentraram nas superbactérias mais comuns encontradas em pacientes hospitalizados, como a Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), Enterococos resistentes à vancomicina (VRE), Enterobacterales resistentes a cefalosporinas de 3ª geração (3GCRE) e Enterobacterales resistentes a carbapenem (CRE), que são resistentes a antibióticos múltiplos, incluindo penicilina e cefalosporinas.

Nível de risco

Ao todo, 871 pacientes (30%) testaram positivo para a presença dos microorganismos – 93 tinham cachorros em casa e 80 gatos, os demais não tinham animais de estimação. Neste grupo, foram identificados apenas quatro casos de transmissão do patógeno entre humanos e pets. Cerca de 13% daqueles que testaram negativo para as bactérias tinham cachorros e outros 13%, gatos.

Entre os animais, apenas 15% dos cachorros e 5% dos gatos testaram positivo para pelo menos uma bactéria. Em quatro casos, os organismos multirresistentes encontrados nos pets e em seus tutores eram da mesma espécie e mostraram a mesma resistência a antibióticos.

“Nossas descobertas confirmam que o compartilhamento de organismos multirresistentes entre animais de companhia e seus donos é possível. No entanto, identificamos apenas alguns casos sugerindo que nem a posse de gatos nem de cães é um fator de risco importante”, afirmou a doutora Carolin Hackmann, autora do estudo.

Não ficou claro se a transmissão das bactérias ocorre dos animais para os humanos ou pelo caminho contrário. Os pesquisadores destacam que o estudo observacional também não pode comprovar que o contato próximo provoca a colonização das superbactérias.

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