Anestesia geral aumenta risco de depressão pós-parto em 54%
Estudo da Universidade de Columbia afirma que atraso no contato do bebê com a mãe é um dos maiores causadores do transtorno
atualizado
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Cientistas da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriram que mães que passam por anestesia geral durante a cesariana têm 54% mais chances de ter depressão pós-parto, comparado com anestesia local. A probabilidade destas mães terem pensamentos suicidas e se autolesionarem sobe para 91%.
“Anestesia geral atrasa o contato pele a pele entre mãe e filho, assim como a amamentação, e o resultado é uma depressão pós-parto mais aguda e persistente”, afirma Jean Guglielminotti, autor do estudo, em entrevista ao site EurekAlert. “Estas situações normalmente estão ligadas a uma insatisfação com a anestesia em geral, o que pode levar a desdobramentos negativos para a saúde mental”.
Foram usados dados de 428.204 cesarianas feitas nos hospitais de Nova York entre 2006 e 2013. Cerca de 8% destes partos tiveram anestesia geral, e 3% destas mães foram hospitalizadas com depressão pós-parto severa.
Guglielminotti lembra que não há dados científicos suficientes que provem os benefícios para o bebê em partos onde a mãe está completamente anestesiada e que há muitas evidências das consequências para elas.
“Nossa descoberta comprova a necessidade de se evitar o uso de anestesia geral para partos sempre que possível, e que é importante prover aconselhamento mental e outros exames para estas pacientes”, diz o co-autor Guohua Li.