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Amputações são mais comuns do que se imagina. Confira principal causa

Abril Laranja promove conscientização sobre amputação e alerta sobre as possíveis causas. Diabetes é a responsável por 70% dos casos

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Foto ilustrativa/ Getty
Foto de um homem com prótese na perna
1 de 1 Foto de um homem com prótese na perna - Foto: Foto ilustrativa/ Getty

Amputar uma parte do corpo pode parecer algo pouco comum, mas é realidade de brasileiros como o publicitário Fábio Bueno, 64 anos. A vida dele teve uma mudança radical quando precisou amputar a perna devido a uma infecção gerada pela diabetes.

Fábio não é o único a viver esse drama. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação (ABMFR), em 2021, estima-se que há cerca de 500 mil pessoas amputadas no Brasil. No mês dedicado à conscientização sobre a amputação, a campanha Abril Laranja alerta sobre as possíveis causas e aborda os desafios da reabilitação de pessoas amputadas.

A amputação pode ser causada por diversos motivos, como acidentes domésticos, de trânsito e trabalho. Ela também pode ser desencadeada por doenças, como tumores ósseos, problemas vasculares e até complicações da Covid-19.

Boby Fleury, diretor e sócio fundador da Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (Abotec), aponta que houveram casos de pessoas que vieram a ter trombose após contraírem a doença, o que levou à necessidade da amputação.

Foto de perfil de um homem com boné e óculos
Fabio Bueno teve que amputar a perna devido a complicações da diabetes

Efeito da diabetes

No entanto, a principal causa da amputação é a diabetes. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a enfermidade é a responsável por 70% das remoções totais ou parciais de membros do corpo que acontecem no país. Somente no último ano, cerca de 46 amputações aconteceram por dia em consequência da doença.

Fábio Bueno precisou amputar a perna devido a complicações da diabetes. Ele descobriu a doença ainda jovem, com apenas 26 anos. Mas só quando completou a 6ª década de vida que o quadro começou a se agravar.

Após perder a visão do olho esquerdo, o publicitário precisou remover três dedos do pé. Dois anos depois, ele desenvolveu Artropatia de Charcot no pé direito, o que ocasionou uma ferida e infecção que avançou para a perna. Assim, a solução foi a amputação transtibial, ou seja, abaixo do joelho.

Apesar de precisar lidar com as dificuldades de adaptação ao uso de uma prótese, o publicitário não se deixou abalar. Como sempre foi muito ativo e amante de esportes, ele logo deu a volta por cima e foi retomando a vida normal. “Enfrento isso de uma forma natural como uma adversidade da vida. Cada um tem os seus problemas para conviver”, afirma.

Abril Laranja

Com o intuito de conscientizar, alertar e prevenir as amputações no Brasil, a Associação Brasileira de Ortopedia Técnica (ABOTEC) introduziu no ano de 2020, pleno período pandêmico, a campanha Abril Laranja.

O diretor e sócio fundador da Abotec, Fleury, conta que se surpreendeu com o tamanho da desinformação da sociedade sobre esse tema. Essa constatação só reforça a necessidade de informar as pessoas sobre os desafios enfrentados por quem perde parte do corpo. “É muito impactante quando você vê uma pessoa amputada. Ela tem que lidar com preconceito e tem um quadro psicológico extremamente afetado”, acrescenta.

Sobre a campanha

A campanha de conscientização da amputação está na sua terceira edição e será realizada durante todo o mês de abril, com a divulgação de ações, como cursos e congressos, nas redes sociais. Além disso, clínicas, demais empresas ligadas ao ramo da ortopedia e outros participantes vão realizar doações de próteses.

Oferecer informação é um dos objetivos da campanha. Ela também busca estimular iniciativas da sociedade e do governo voltadas para a compreensão das maneiras de prevenção da perda de membros e do processo de superação de pacientes já amputados.

“A amputação na verdade é um recomeço. O intuito é abraçar toda a sociedade e fazer com que ela enxergue a questão com outros olhos. Para isso, providências precisam ser tomadas em todas as esferas: municipal, estadual e federal”, defende Fleury.

(*) Raquel Valente é estagiária do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia

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