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Americano adquire sotaque irlandês após desenvolver câncer de próstata

Aos 50 anos, indivíduo foi diagnosticado com câncer de próstata avançado. Durante o tratamento, ele desenvolveu pronuncia diferenciada

atualizado

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CatLane
Homem segurando laço símbolo do câncer de próstata
1 de 1 Homem segurando laço símbolo do câncer de próstata - Foto: CatLane

Um americano que lutava contra um câncer avançado de próstata acordou um dia e descobriu que tinha sotaque irlandês, mesmo sem nunca ter pisado no país europeu. O caso foi publicado no dia 30 de janeiro, no periódico British Medical Journal Case Reports, pela equipe da Duke University Health System, nos Estados Unidos.

Antes de investigar o repentino sotaque da Irlanda, o homem de 50 anos já enfrentava o tumor maligno avançado há dois anos. Os médicos o diagnosticaram com a síndrome do sotaque estrangeiro (SAF), que destacaram como “extraordinariamente rara”.

Aparentemente, o distúrbio incomum da fala geralmente ocorre como uma complicação de um derrame ou traumatismo craniano. Contudo, os médicos que o trataram afirmam que a culpa foi do câncer que mais tarde o matou.

A equipe da universidade acredita que o homem desenvolveu um distúrbio neurológico paraneoplásico (PND), uma complicação rara do câncer causada por células que combatem doenças no sistema imunológico, mas acabam atacando o sistema nervoso.

O processo também pode causar problemas de mobilidade ou coordenação muscular e afetar as habilidades cognitivas.

Sotaque incontrolável

Ao longo do tratamento contra o câncer de próstata, os registros apontam que o paciente recebeu terapia de privação de andrógenos, que é um procedimento para suprimir ou bloquear a produção ou ação de hormônios masculinos. Ele recebeu também radioterapia.

Preocupado com a mudança de sotaque, o homem contou aos médicos que tinha família e amigos irlandeses e morou por um curto período na Inglaterra quando tinha 20 anos. Os profissionais classificaram o sotaque como “incontrolável, presente em todos os ambientes e que gradualmente se tornou persistente”.

Antes da mudança de fala, ele também não sofreu nenhum traumatismo craniano e não tinha condições psiquiátricas. Não foram relatados outros sintomas além da perda de peso, que provavelmente aconteceu em decorrência do câncer.

O homem passou por uma ressonância magnética do cérebro para tentar entender o fenômeno, mas os resultados não mostraram anormalidades. A síndrome do sotaque estrangeiro também pode ocorrer após trauma no cérebro, sangramento do órgão ou tumor cerebral.

Porém, uma tomografia computadorizada do abdome e da pelve revelou que o tumor havia se espalhado ainda mais, com “um novo aglomerado de gânglios linfáticos pélvicos direitos acima da bexiga”.

Devido à progressão da doença, o paciente foi encaminhado ao Duke Cancer três meses depois para se submeter a tratamento adicional. Àquela altura, ele já falava com o sotaque irlandês. Mesmo com as terapias, o tumor evoluiu para um câncer de próstata neuroendócrino (NEPC), uma variante letal do câncer de próstata.

O homem faleceu logo depois. “Seu sotaque irlandês foi mantido até sua morte”, destaca a publicação do BMJ.

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