Amamentação diminui o risco de obesidade infantil em até 25%, diz OMS
O estudo envolveu 30 mil crianças de 16 países europeus. Entre as que não receberam leite materno, o percentual de obesos é 16,8%
atualizado
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A amamentação é considerada a “primeira vacina” do recém-nascido. É por meio do leite materno que o bebê recebe bactérias importantes para o seu desenvolvimento pleno e, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), o líquido influencia, também, o desenvolvimento da criança e até a relação com a balança. O levantamento mostra que crianças amamentadas têm 25% menos chances de desenvolver obesidade.
O estudo foi feito com 30 mil crianças em 16 países na Europa, onde a amamentação ainda não acontece sistematicamente – na Irlanda, por exemplo, 46% das mães nunca amamentaram seus filhos. A recomendação da OMS é que bebês devem ser alimentados exclusivamente de leite materno até, pelo menos, os seis meses de idade.
“Precisamos de menos marketing inapropriado de fórmulas para bebês, que podem levar as mães a acreditar que o produto é tão bom quanto o leite materno”, afirma João Breda, um dos autores do estudo. Ainda de acordo com o levantamento, 16,8% das crianças que nunca foram amamentadas são obesas, comparado com 13,2% amamentadas por algum tempo e 9,3% que receberam o leite materno por pelo menos seis meses. Feitos os ajustes demográficos, esse último grupo tem 25% menos chance de ser obeso do que o primeiro.
Segundo a pesquisa, a amamentação atrasa a introdução de alimentos sólidos que, muitas vezes, vêm cheios de calorias. “Amamentar tem um forte efeito protetivo. A evidência está aí. O benefício é tão fantástico que nós deveríamos estar contando às pessoas”, diz Breda.