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Alzheimer: novo medicamento retarda declínio cognitivo em 27%

Estudo global com 1,8 mil pacientes diagnosticados com Alzheimer mostrou que o lecanemab consegue frear a progressão da doença

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ilustração colorida: idoso com peças de quebra-cabeça na testa - Metrópoles
1 de 1 ilustração colorida: idoso com peças de quebra-cabeça na testa - Metrópoles - Foto: Andrew Bret Wallis/Getty Images

Um novo medicamento contra o Alzheimer mostrou-se capaz de reduzir significativamente o declínio cognitivo e funcional de pacientes que apresentavam a doença em estágio inicial. Os resultados finais do ensaio clínico foram apresentados na noite de terça-feira (27/9), pelas farmacêuticas Eisai e Biogen.

O lecanemab é um anticorpo monoclonal criado para remover os depósitos de placas da proteína beta-amiloide do cérebro – essas placas já foram relatadas por cientistas como associadas ao surgimento do Alzheimer. O novo medicamento é de aplicação intravenosa e tem como principal alvo as proteínas que ainda não se aglutinaram.

Os testes de fase 3 foram realizados ao longo de 18 meses com 1,8 mil pessoas diagnosticadas com Alzheimer em estágio inicial. Os cientistas avaliaram a capacidade da droga de reduzir o declínio cognitivo e funcional tomando por base a escala Clinical Dementia Rating-Sum of Boxes (CDR-SB). O método estabelece o estágio da doença de acordo com os impactos verificados na memória, na orientação, na capacidade de resolução de problemas e autonomia dos cuidados pessoais dos pacientes.

A terapia com o lecanemab administrada duas vezes por mês retardou a progressão da doença em 27%, em comparação com o grupo que fez uso de placebo, de acordo com as empresas. Para a Eisai, os resultados comprovam a teoria de que a remoção de depósitos de amiloide do cérebro de pessoas com Alzheimer precoce pode retardar o avanço da doença.

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista

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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce

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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano

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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença

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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns

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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença

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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida

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Efeito colateral

Cerca de 12,5% dos pacientes tratados com lecanemab tiveram inchaço cerebral perceptível em exames de imagem, em comparação com 1,7% no grupo placebo. Os cientistas também notaram micro hemorragias no cérebro de 17% no grupo lecanemab contra 8,7% no grupo placebo. Tais efeitos colaterais são associados a medicamentos dessa categoria.

A Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana equivalente à Anvisa, deve dar um parecer sobre a aprovação condicional do uso do medicamento em janeiro de 2023. Esse tipo de decisão ocorre quando a equipe técnica tem acesso a dados de estudos que estão em andamento.

As empresas já planejam acrescentar ao pedido os dados da última fase da pesquisas. A ideia é que até o final do próximo ano o medicamento esteja disponível para os mercados dos Estados Unidos, Japão e Europa.

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