Alzheimer: novo medicamento retarda declínio cognitivo em 27%
Estudo global com 1,8 mil pacientes diagnosticados com Alzheimer mostrou que o lecanemab consegue frear a progressão da doença
atualizado
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Um novo medicamento contra o Alzheimer mostrou-se capaz de reduzir significativamente o declínio cognitivo e funcional de pacientes que apresentavam a doença em estágio inicial. Os resultados finais do ensaio clínico foram apresentados na noite de terça-feira (27/9), pelas farmacêuticas Eisai e Biogen.
O lecanemab é um anticorpo monoclonal criado para remover os depósitos de placas da proteína beta-amiloide do cérebro – essas placas já foram relatadas por cientistas como associadas ao surgimento do Alzheimer. O novo medicamento é de aplicação intravenosa e tem como principal alvo as proteínas que ainda não se aglutinaram.
Os testes de fase 3 foram realizados ao longo de 18 meses com 1,8 mil pessoas diagnosticadas com Alzheimer em estágio inicial. Os cientistas avaliaram a capacidade da droga de reduzir o declínio cognitivo e funcional tomando por base a escala Clinical Dementia Rating-Sum of Boxes (CDR-SB). O método estabelece o estágio da doença de acordo com os impactos verificados na memória, na orientação, na capacidade de resolução de problemas e autonomia dos cuidados pessoais dos pacientes.
A terapia com o lecanemab administrada duas vezes por mês retardou a progressão da doença em 27%, em comparação com o grupo que fez uso de placebo, de acordo com as empresas. Para a Eisai, os resultados comprovam a teoria de que a remoção de depósitos de amiloide do cérebro de pessoas com Alzheimer precoce pode retardar o avanço da doença.
Efeito colateral
Cerca de 12,5% dos pacientes tratados com lecanemab tiveram inchaço cerebral perceptível em exames de imagem, em comparação com 1,7% no grupo placebo. Os cientistas também notaram micro hemorragias no cérebro de 17% no grupo lecanemab contra 8,7% no grupo placebo. Tais efeitos colaterais são associados a medicamentos dessa categoria.
A Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana equivalente à Anvisa, deve dar um parecer sobre a aprovação condicional do uso do medicamento em janeiro de 2023. Esse tipo de decisão ocorre quando a equipe técnica tem acesso a dados de estudos que estão em andamento.
As empresas já planejam acrescentar ao pedido os dados da última fase da pesquisas. A ideia é que até o final do próximo ano o medicamento esteja disponível para os mercados dos Estados Unidos, Japão e Europa.
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