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Alzheimer: exame que faz diagnóstico em 20 minutos chega ao Brasil

O teste Elecsys CSF avalia de maneira simplificada e padronizada os biomarcadores associados ao Alzheimer

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Imagem colorida mostra não apontando com caneta para exame de ressonância magnética de cérebro estado catatônico - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra não apontando com caneta para exame de ressonância magnética de cérebro estado catatônico - Metrópoles - Foto: haydenbird/GettyImages

O Alzheimer é a forma mais comum de demência e uma das doenças mais desafiadoras para a ciência. Embora a grande maioria dos diagnósticos seja feito na terceira idade, estudos mostram que a condição pode se iniciar de 15 a 20 anos antes de os indivíduos demonstrarem os primeiros sinais.

O diagnóstico do Alzheimer é feito com avaliação clínica, exames de imagem e de pesquisa por biomarcadores associados à doença – as proteínas tau e beta-amiloide – em exames que investigam o líquido cefalorraquiano (líquor) coletado por meio de uma punção lombar, um procedimento seguro e minimamente invasivo.

No passado, os pacientes precisavam esperar até oito semanas para obter o resultado da testagem das amostras do líquor coletadas pelo hospital e enviadas para o exterior. Um novo exame automatizado consegue reduzir esse tempo para apenas 20 minutos.

O teste Elecsys CSF, oferecido pela Roche Diagnóstica, avalia de maneira simplificada e padronizada a dosagem de biomarcadores das proteínas tau e beta-amiloide no líquor coletado. O procedimento começou a ser realizado neste mês, no Hospital Israelita Albert Einstein, que também prestará o serviço para hospitais provados e laboratórios do país.

Acesso a tratamentos

Com a automação é possível simplificar o processo de análise e excluir interferentes. “Se antes as intervenções mais efetivas junto a pacientes com doença inicial não existiam, atualmente, os avanços da medicina vêm ampliando as possibilidades de tratamentos nesse grupo de pessoas”, afirma o neurologista Ivan Okamoto, do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo) do Einstein.

Okamoto explica que, sem manifestação clínica, o paciente entra em uma fase de comprometimento cognitivo leve (CCL) e, posteriormente, passa para um estágio mais avançado da doença, que pode ser leve, moderado ou grave.

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista
Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce
Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano
Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença
Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns
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Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas

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Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista

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Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce

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Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano

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Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença

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Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns

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Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença

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O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida

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Embora o comprometimento cognitivo leve não seja determinante para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos progressivos, cerca de 35% dos pacientes que apresentam esse fator evoluem para demência com traços de Alzheimer.

“O diagnóstico clínico em um paciente com comprometimento cognitivo leve é extremamente desafiador, por isso há necessidade de testes diagnósticos mais precisos”, afirma o presidente da Roche Diagnóstica no Brasil, Carlos Martins.

Sintomas do Alzheimer

Os sintomas do Alzheimer se desenvolvem de forma progressiva. Em geral, os pacientes notam primeiro as falhas de memória. À medida que a doença avança, há dificuldades com as funções cognitivas, que prejudicam a realização de atividades rotineiras. Os impactos também são sentidos na linguagem e na percepção do mundo.

O patologista clínico Gustavo Bruniera Peres Fernandes, coordenador de Serviço de Líquor do Hospital Israelita Albert Einstein, acredita que a avaliação dos biomarcadores será essencial para os médicos identificarem as melhores opções de tratamento.

“Sairemos de uma classificação clínica, baseada em sintomas, para uma classificação biológica, que verifica, a partir de testes, se o paciente tem a condição e em qual estágio está, para poder intervir com o tratamento adequado”, aponta Fernandes.

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