Alucinações podem ser sintoma de falta de água no corpo. Entenda
A desidratação pode ocasionar alucinações. Os idosos são os mais suscetíveis ao sintoma, que pode até ser confundido com demência
atualizado
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A água é um elemento fundamental para o funcionamento do organismo. Quando não consumimos em quantidades adequadas, o resultado é a desidratação, com sintomas como dor de cabeça, fadiga e até alucinações, em casos graves.
“A redução na quantidade de água no organismo leva a alterações dentro e fora das células, que ocasionam diversas implicações importantes para a saúde”, afirma o médico Paulo Correia, coordenador do Pronto Socorro do Hospital Brasília.
Desidratação leve, moderada e grave
A desidratação pode ser definida entre leve, moderada e grave e os sintomas variam em cada um deles. Nos casos de desidratação leve, os sintomas costumam ser pouco perceptíveis, podendo se manifestar como fadiga, boca seca e dor de cabeça.
Em casos de desidratação moderada, podem ocorrer episódios de tontura e sede intensa, instabilidade da postura, câimbras, urina concentrada e mal-estar geral.
Quando o quadro evolui para desidratação grave, as manifestações ficam severas, podendo ocasionar em taquicardia, pressão baixa (hipotensão), mãos e pés frios frios, letargia, desorientação e confusão mental, redução drástica de saliva e lágrima, ausência de urina e prejuízo da função renal. “A desidratação grave pode resultar até em choque circulatório levando o paciente a óbito”, afirma o clínico geral Arthur Seabra, coordenador do pronto-socorro do Hospital Santa Lúcia Sul, em Brasília.
Alucinações causadas pela falta de água
As alucinações provocadas pela falta de água no organismo podem acontecer em todas as faixas etárias — inclusive em crianças — em casos de desidratação grave.
“O paciente geralmente manifesta confusão mental aguda, chamando pessoas por outros nomes, imaginando situações irreais como se estivessem em outros locais, apresentam discurso desconexo”, esclarece Seabra.
Na população idosa, as alucinações podem ocorrer até no estágio moderado da desidratação. Com o envelhecimento, uma das alterações que ocorrem no corpo é a queda da sensibilidade da sede, fazendo com que as pessoas mais velhas naturalmente bebam menos água. Junto a isso, ocorre alteração da função renal, aumentando o risco de desidratação.
De acordo com o médico Paulo Correia, por alterar o equilíbrio de sais no organismo e a homeostase cerebral, a desidratação pode precipitar — especialmente na população idosa — o desenvolvimento de delírios.
“O delirium (estado de delírio) é resultado de uma alteração neuropsíquica aguda que causa desorientação, desatenção importante e alteração cognitiva, normalmente flutuante. Em casos graves, está associado a agitação e alucinações”, afirma.
Por vezes, o quadro acaba sendo confundido com sintomas da demência na população idosa. É importante ficar atento à quantidade de líquido ingerida por essas pessoas e procurar uma avaliação detalhada feita por um médico especialista.
“O delirium é uma das ocorrências neuropsíquicas mais comuns dos idosos, especialmente aqueles em situação de fragilidade de saúde e, como manifesta-se como desatenção grave e desorientação, pode ocasionar confusão quanto ao quadro de demência”, considera Correia.
Como evitar a desidratação
Beber água e soluções isotônicas – como sucos, água de coco, bebidas preparadas para reidratação – é a principal maneira de se manter hidratado. Também é recomendado evitar a exposição de populações suscetíveis (idosos e crianças) a ambientes quentes por tempo prolongado.
Em caso de suspeita de desidratação, é indicado buscar atendimento e avaliação médica.
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