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Alternar o braço entre doses melhora eficácia das vacinas, diz estudo

Pesquisadores acreditam que estimular uma resposta imunológica nos dois lados do corpo com vacinas em ambos os braços protege mais

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1 de 1 Vacina - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Se você é daquelas pessoas que têm um braço “preferido” para tomar vacinas, talvez seja a hora de variar. Um estudo feito na Universidade de Saúde e Ciência do Oregon, nos Estados Unidos, mostra que alternar o braço entre as doses do imunizante contra a Covid-19 aumenta os níveis de anticorpos no sangue em até quatro vezes.

Em um artigo publicado em 16 de janeiro no The Journal of Clinical Investigation, os autores do trabalho consideram que a descoberta possa contribuir melhorando as taxas de eficácia em todos os tipos de vacinas de doses múltiplas, incluindo as pediátricas.

“Essa foi uma das descobertas mais significativas e provavelmente não se limita apenas às vacinas da Covid-19”, supõe o infectologista Marcel Curlin, coordenador do trabalho.

Vacinas aplicados em braços diferentes

Para o estudo, os cientistas mediram os níveis de anticorpos de 947 participantes que receberam duas doses da vacina contra Covid-19. Eles participavam de um estudo mais abrangente sobre a imunização contra o coronavírus, e foram retirados do experimento os voluntários diagnosticados com Covid-19.

Metade dos voluntários recebeu a segunda dose no mesmo braço da primeira, e a outra teve a aplicação no outro membro.

Quatro semanas depois, amostras de sangue mostraram que os anticorpos específicos contra o coronavírus eram 1,4 vez mais elevados naqueles que receberam a vacina em braços diferentes.

Um subconjunto com 108 pessoas, separadas em 54 pares, foi organizado com base em sexo, idade e data de vacinação para comparação dos exames de sangue. As amostras coletadas nas semanas e meses após a vacinação mostraram diferenças ainda maiores entre os grupos.

Um mês após a segunda dose, as pessoas que receberam injeções em ambos os braços tiveram um aumento de até quatro vezes nos anticorpos em comparação com aquelas que receberam em apenas um braço. Além disso, a resposta imunológica melhorada durou mais de um ano depois do reforço.

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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção
Em outras palavras, o principal objetivo da vacina não é barrar a infecção, mas impedir que o coronavírus cause complicações graves, principalmente se tratando de grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos
Vacinas como a da gripe, por exemplo, funcionam da mesma maneira há décadas. A proteção fornecida pelo imunizante atua contra formas mais severas da influenza e ajuda a diminuir a quantidade de casos que poderiam colapsar sistemas de saúde
Segundo especialistas, a necessidade de reforçar as doses da vacina existe porque a imunidade contra o vírus não dura para sempre. Além do fato de o coronavírus apresentar grande potencial de mutação, muitas vacinas, como a da Covid, precisam ser reaplicadas de tempo em tempo para garantir a proteção necessária
A variante Ômicron é mais transmissível e consegue “desviar” da imunidade cedida pela vacina. Sendo assim, mesmo que estejamos com todas as doses em dia, a chance de contrair o vírus estando exposto a aglomerações, sem seguir as devidas normas sanitárias, existe
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Mesmo em países com alta taxa de imunização, o número de vacinados infectados pela Covid está crescendo. Apesar de o que possa parecer, isso não significa que os imunizantes não funcionam

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Ao contrário do que muitos pensam, a vacina, na verdade, não impede a contaminação, mas diminui as chances de casos mais graves que possam levar à morte. Por isso é importante continuar tomando as doses indicadas e manter os cuidados para prevenir a infecção

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Em outras palavras, o principal objetivo da vacina não é barrar a infecção, mas impedir que o coronavírus cause complicações graves, principalmente se tratando de grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos

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Vacinas como a da gripe, por exemplo, funcionam da mesma maneira há décadas. A proteção fornecida pelo imunizante atua contra formas mais severas da influenza e ajuda a diminuir a quantidade de casos que poderiam colapsar sistemas de saúde

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Segundo especialistas, a necessidade de reforçar as doses da vacina existe porque a imunidade contra o vírus não dura para sempre. Além do fato de o coronavírus apresentar grande potencial de mutação, muitas vacinas, como a da Covid, precisam ser reaplicadas de tempo em tempo para garantir a proteção necessária

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A variante Ômicron é mais transmissível e consegue “desviar” da imunidade cedida pela vacina. Sendo assim, mesmo que estejamos com todas as doses em dia, a chance de contrair o vírus estando exposto a aglomerações, sem seguir as devidas normas sanitárias, existe

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O atual aumento nos diagnósticos positivos podem ser explicados por aglomerações causadas nas festas de fim de ano, aniversários, feriados prolongados, etc.

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No entanto, é clara a desaceleração das mortes em todo o mundo, o que reforça a importância da vacinação, principalmente em um cenário de circulação da Ômicron

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 Explicação para melhor resposta imunológica

Quando uma vacina é aplicada no músculo, os antígenos dela são reconhecidos pelas células do sistema imunológico, que “algemam” o vírus e o levam aos gânglios linfáticos para investigação. Esse mecanismo prepara o sistema imunológico contra esse antígeno específico, enviando sinais para rastrear o invasor.

A teoria dos pesquisadores é que os lados do corpo fazem a drenagem para diferentes gânglios linfáticos. Logo, ao estimular uma resposta imunológica em ambos os lados do corpo, o organismo ficaria mais protegido. “Ao trocar de braço, você basicamente tem formação de memória em dois locais em vez de um”, explica Curlin.

Um estudo alemão de 2023, no entanto, mostrou respostas imunológicas mais altas após a aplicação de vacinas contra a Covid-19 no mesmo braço. Porém, os pesquisadores só mediram os níveis de anticorpos nas duas semanas após a aplicação da segunda dose e as células imunológicas que memorizam as características de um vírus continuam a amadurecer ao longo de meses após a vacinação.

Os pesquisadores da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon observaram melhores respostas em pessoas que receberam injeções em ambos os braços somente após três semanas.

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