Alterações da tireoide na gravidez podem causar problemas no bebê
Mulheres grávidas devem fazer o acompanhamento no pré-natal para que alterações sejam diagnosticadas e tratadas
atualizado
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As doenças da tireoide podem surgir em qualquer idade, inclusive em bebês e crianças, porém são mais frequentes em mulheres que estão em idade fértil. Na gravidez, por exemplo, quase 10% das grávidas são diagnosticadas com algum problema na glândula endócrina. O acompanhamento é fundamental para garantir o desenvolvimento correto do bebê.
Segundo a endocrinologista Fernanda Lopes, do Laboratório Exame, a produção desregulada do hormônio da tireoide é o que causa os sintomas da doença. Se em excesso, ocorre o hipertireoidismo, provocando batimentos cardíacos acelerados, dificuldades para dormir, nervosismo e intolerância ao calor. Esse tipo atinge cerca de 2% das grávidas. Já a produção insuficiente do hormônio causa o hipotireoidismo, cujas principais características são cansaço e desânimo. “A maioria dos nódulos da tireoide é benigna, ou seja, não se trata de câncer, mas toda alteração da tireoide precisa de acompanhamento especializado”, explica a médica.
O diagnóstico é feito por meio do exame de sangue TSH que indica a disfunção da tireoide. Grávidas que têm histórico familiar da doença têm mais predisposição. Durante esse período, o cuidado precisa ser redobrado porque nos primeiros meses de gestação, o desenvolvimento neurológico do bebê depende de níveis hormonais adequados da mãe, especialmente nas 12 primeiras semanas, período em que o bebê ainda não tem a sua própria tireoide funcionando. “A falta de cuidado de quem já tem doença da tireoide pode promover alterações na pressão arterial e, principalmente no caso do hipotireoidismo, pode causar parto prematuro, QI abaixo do normal, problemas neurológicos e até aborto”, alerta a médica.