Alívio! Após 199 dias internado em UTI, bebê prematuro está em casa
Bernardo nasceu em julho do ano passado no DF após a mãe passar por um deslocamento de placenta. Sua resistência impressionou equipe médica
atualizado
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Após 199 dias em que sentimentos de apreensão e esperança se alternaram continuamente, a dentista Dayana Rodrigues, de 36 anos, comemora a presença do filho recém-nascido em casa. Bernardo recebeu alta no fim de janeiro depois de ficar mais de seis meses internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Maternidade Brasília, no Distrito Federal.
O parto de emergência aconteceu na 31º semana de gestação, após a mãe passar por um deslocamento de placenta, evento que, no final da gravidez, acarreta em risco de vida tanto para a mãe como para o bebê.
Durante o período que ficou internado, Bernardo foi carinhosamente apelidado pela equipe médica de “Super Bê”. Ele passou por inúmeras cirurgias e exames e foi entubado várias vezes: sua resistência impressionou a todos do hospital. “Nesse período todo foram vários diagnósticos, desafios e desesperos. Nós ficamos seis meses dentro de uma UTI”, conta Dayana, com alívio.
“A minha gravidez foi muito tranquila. Nem enjoo, eu sentia. Quando nós estávamos com 31 semanas e três dias de gestação, fomos pegos de surpresa por um descolamento de placenta. Eu amanheci com cólica, depois veio o sangramento. Fomos para o hospital e tivemos que fazer um parto às pressas”, relata.
O menino nasceu com dificuldades respiratórias em 11 de julho do ano passado, um dos canais do coração ainda estava aberto e, por causa do parto de emergência, houve um sangramento intracraniano.
Um dos dias mais difíceis para a mãe foi quando o médico informou que Bernardo havia desenvolvido hidrocefalia – acúmulo anormal de líquido dentro do crânio que leva ao inchaço e ao aumento de pressão cerebral.
A apreensão da mãe foi tão grande que ela lembra retornar para casa ao final do dia com medo, esperando uma ligação no meio da noite informando sobre o pior. “Naquele dia, meu chão se abriu e eu entrei em um buraco ainda mais profundo do que já estava”.
Atendimento multidisciplinar
Bernardo precisou de acompanhamento multidisciplinar. A equipe que o atendeu era composta por cardiologista, neurocirurgião, neurologista, broncoscopista, cirurgião pediatra, além do apoio e cuidados da equipe de enfermagem, fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional e psicologia.
A médica Ana Amélia, neonatologista da Maternidade Brasília, afirma que o cuidado integrado fez toda a diferença para o final feliz da história. “A dedicação da nossa equipe garantiu que o príncipe Bernardo pudesse se restabelecer de problemas de saúde muito graves”. Hoje o menino está bem e saudável em casa.
Dayana e o filho se despediram da equipe médica com uma festa em 26 de janeiro, data da alta hospitalar. Ela se diz imensamente agradecida à equipe: “Meu filho teve todo o apoio necessário para renascer, sendo cuidado, tratado e isso para o coração de uma mãe não tem preço”, afirmou ao Metrópoles.