Alimentos ultraprocessados te fazem comer cada vez mais, diz estudo
Usando parâmetros brasileiros para definir junk foods, pesquisadores descobriram que hormônio da saciedade aparece melhor em dieta saudáveis
atualizado
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Com base em um parâmetro criado por pesquisadores brasileiros, o Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas ou do Rim, nos Estados Unidos, descobriu que, além de fazer mal à saúde, ingerir alimentos ultraprocessados dá vontade de comer ainda mais.
Os responsáveis pelo estudo recrutaram 20 pessoas saudáveis para passar 28 dias no centro, sem possibilidade de passeios e saídas. Os participantes usaram roupas largas para que não tivessem muita noção das mudanças do corpo e foram alimentados com dietas específicas: alguns podiam comer apenas alimentos ultraprocessados e outros, só aqueles minimamente processados. As quantidades de nutrientes de cada refeição, fosse junk food ou não, eram equivalentes.
Os do primeiro grupo tinham, à disposição, cachorro-quente, cereais matinais, iogurtes adoçados e doces fritos, enquanto o segundo grupo podia ingerir apenas frango grelhado, salada, vegetais cozidos no vapor e mingau de aveia.
Mas todos contavam com uma grande vantagem: os integrantes dos dois grupos podiam escolher qualquer quantidade de comida. Tudo o que sobrava, até gotas de ketchup não usado, era pesado pelos pesquisadores. Na segunda semana, os responsáveis constataram que os consumidores da dieta ultraprocessada comiam uma média de 500 calorias a mais por dia, engordando um quilo a mais. No outro grupo, se perdeu uma média de um quilo.
Apesar de estarem comendo mais da comida processada, os participantes afirmaram que não consideram este tipo de alimento mais atraente do que os saudáveis. Para os pesquisadores, o fato de a fast food ser mais fácil de mastigar e engolir facilita o descontrole quanto às quantidades. Também foram encontrados maiores níveis de um hormônio chamado PYY, responsável por regular a saciedade, em quem estava ingerindo uma dieta saudável.
“Apesar de as dietas ultraprocessadas e não processadas terem sido iguais em calorias, quantidade de açúcar, gordura, fibras e macronutrientes, as pessoas consumiram mais calorias quando expostos à alimentos ultraprocessados. Limitar o consumo desse tipo de alimento pode ser uma estratégia efetiva para prevenção e tratamento de obesidade”, explicam os autores no estudo.