Alimentos comuns podem diminuir efeitos da ressaca, dizem estudos
A resposta para não ficar de ressaca forte depois de um dia de bebedeira está na cozinha da maioria dos brasileiros
atualizado
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Quase todas as pessoas que consomem bebidas alcoólicas já perderam a conta das doses e tiveram que encarar a ressaca no dia seguinte. Provocada pela intoxicação alcoólica do organismo, os sintomas mais comuns são dores de cabeça, enjoo e fadiga.
O problema, porém, pode ter uma solução mais simples do que imaginamos. A bioquímica Rhonda Patrick tem feito sucesso na web por ter indicado estratégias de controle de danos e de combate à ressaca acessíveis, comprovadas e relacionadas com a alimentação.
A maioria dos estudos indicados para reduzir a ressaca são baseados no consumo de frutas. “As pesquisas indicam que consumir frutas antes de sair para beber e no dia seguinte ajuda a diminuir a ressaca”, aponta, em um podcast publicado no dia 26 de junho.
Como as frutas combatem a ressaca?
As investigações indicam que as frutas são capazes de repor sais e hidratar o corpo simultaneamente, controlando a ressaca. Um dos estudos, publicado em 2009 na revista Comptes Rendus Biologies, destacou que o consumo de frutas entre 45 homens com o hábito de beber diariamente em pequenas quantidades era capaz de acelerar a eliminação do álcool do organismo em 30%.
Para alcançar este níveis, seria necessário comer um grama de frutose para cada quilograma de massa corporal. Assim, uma pessoa com 80 kg precisaria comer seis maçãs para acelerar a eliminação do álcool. Isso ocorre porque a frutose (o açúcar das frutas) é capaz de se conectar com o etanol e o faz ser metabolizado mais rapidamente.
Duas enzimas, a ADH e ALDH são responsáveis pela metabolização do álcool. Uma pesquisa publicada na revista Current Research in Food Science em 2019 apontou mais algumas frutas que podem dar um reforço nas enzimas.
Peras (65%), suco de limão (25%) e água de coco (10%) foram usados na formulação de um shot anti-ressaca no estudo. O preparo foi relacionado à alta dos níveis de ADH em 23% e de ALDH em 70%.
Rhonda também destacou uma pesquisa de 2016 publicada no International Journal of Environmental Research and Public Health. O levantamento indicou que o consumo de outras frutas era capaz de reduzir os níveis de enzimas hepáticas no organismo.
As enzimas podem causar um estresse hepático no organismo induzido pelo excesso de álcool — em casos graves, elas são marcadores de oxidação observados em pessoas com cirrose.
As frutas apontadas pela investigação como capazes de eliminar as enzimas danosas foram carambola, pera, melão e banana, além de frutas asiáticas como a maçã de Java e o marmelo chinês.
Misturar álcool e frutas pode levar a pioras
A podcaster destaca, porém, uma ressalva para os espertinhos que tentarem misturar o remédio natural com o álcool e fazer coqueteis de fruta para neutralizar o impacto da bebida.
“Consumir álcool e frutose juntos na verdade piorou a glicemia e os triglicerídeos quando comparado ao consumo isolado de álcool ou frutose. Os impactos para a saúde parecem ser piores ao fazer essa mistura e há pesquisas que indicam que estes coquetéis podem até te deixar bêbado mais rápido”, conclui ela.
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