Alimentação ruim faz com que crianças sejam até 20 cm mais baixas, diz estudo
Análise global aponta que governos não estão fazendo o suficiente pela nutrição das crianças
atualizado
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A alimentação ruim de crianças em idade escolar pode contribuir para uma diferença de altura de 20 centímetros, em média. As informações são de uma análise global publicada pela revista científica britânica The Lancet. A publicação constatou que, no ano passado, os jovens de 19 anos mais altos entre os países pesquisados eram holandeses, com 183,8 cm, e os mais baixos do Timor Leste, com altura média de 160 cm.
Segundo o grupo de pesquisadores da Imperial College London, os brasileiros estão em posições intermediárias no ranking, chegando aos 19 anos com estaturas equivalentes a holandesas de 13 anos e holandeses de 15 anos de idade.
Para montar esse mapa global de estatura, os pesquisadores analisaram dados de mais de 65 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 19 anos em mais de 2 mil estudos publicados entre 1985 e 2019.
O estudo também se debruçou sobre Índice de Massa Corporal (IMC) das crianças, uma medida que ajuda a indicar se uma pessoa tem um peso saudável para sua altura. Com esse dado, pode constatar que adolescentes mais velhos, com o maior IMC, viviam nas Ilhas do Pacífico, Oriente Médio, EUA e Nova Zelândia. Enquanto isso, os jovens de 19 anos com o menor IMC estão no Sul da Ásia, como Índia e Bangladesh.
Embora reconheçam que a genética desempenha um papel importante na altura e no peso de cada criança, os pesquisadores esclarecem que, quando se trata da saúde de populações inteiras, a nutrição e o ambiente são fundamentais.
“Pela primeira vez, esta análise global focou no crescimento de crianças e adolescentes em idade escolar e identificou que os governos em todo o mundo não estão fazendo o suficiente para garantir que as crianças entrem na idade adulta com boa saúde”, pontuou o professor Alan Dangour, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, um dos responsáveis pelo estudo, à BBC.