Alimentação reduz sintomas? Veja mitos e verdades sobre a endometriose
Especialistas explicam mitos e verdades sobre a endometriose, condição que afeta a saúde feminina
atualizado
Compartilhar notícia
A endometriose é uma doença bastante comum que acomete, principalmente, mulheres em idade reprodutiva. No Brasil, ela atinge uma a cada 10 brasileiras entre 25 e 35 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
A doença é caracterizada pela inflamação do sistema reprodutivo feminino. Ela ocorre quando células do endométrio (tecido que reveste o útero por dentro) não são expelidas durante a menstruação e migram para outras regiões do corpo, como o ovário, as trompas e o intestino.
De acordo com os ginecologistas Thiers Soares e Patrick Bellelis, muitos casos demoram anos para serem diagnosticados devido ao desconhecimento dos sintomas, que muitas vezes são confundidos com cólicas menstruais intensas. O atraso médio mundial é de oito anos entre as primeiras queixas da paciente e o diagnóstico definitivo.
O médico usa informações do senso comum para esclarecer o que é mito e o que é verdade sobre o assunto:
1. Quem tem endometriose não pode engravidar
Mito. O tratamento cirúrgico ou as terapias de reprodução assistida aumentam a possibilidade de gravidez. Com o tratamento correto, é possível que a paciente tenha uma vida reprodutiva normal.
“60% das portadoras de endometriose engravidarão sem dificuldades. As outras 40% podem ter problemas para ter filhos. Mas, mesmo existindo dificuldade, é possível realizar tratamentos clínicos, cirúrgicos e técnicas de reprodução assistida”, afirma Bellelis.
2. Toda mulher com endometriose precisa retirar o útero
Mito. “A cirurgia para retirada do útero só é recomendada em casos específicos, quando a paciente já passou por outros tipos de tratamento que não surtiram efeito”, explica Soares.
O médico informa que existem outras alternativas para controlar a doença. Ele ressalta que a remoção do útero causa mudanças significativas no corpo da mulher e impossibilita uma gravidez futura.
3. A alimentação ajuda a reduzir os sintomas
Verdade. A alimentação é uma aliada no controle dos sintomas da endometriose, principalmente dos efeitos intestinais e das dores.
De acordo com o ginecologista Bellelis, estudos científicos comprovam que os alimentos e o estilo de vida podem influenciar no metabolismo das prostaglandinas, hormônios que atua nos processos inflamatórios do corpo, no ciclo menstrual e na liberação de estrogênio.
Dessa forma, uma dieta rica em antioxidantes, presente em frutas e verduras, pode amenizar os sintomas de endometriose.
4. A endometriose é assintomática
Mito. Os casos assintomáticos podem acontecer, mas são pouco frequentes. O que costuma ocorrer é que as dores provocadas pela endometriose sejam confundidas com cólicas intensas.
Por isso, de acordo com Soares, é importante conhecer os sintomas mais frequentes da doença: cólicas dolorosas, dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar.
5. Realizar exercícios alivia os sintomas
Verdade. A prática diária de exercícios estimula a liberação de hormônios que auxiliam na redução das dores.
6. Endometriose agrava o risco de câncer
De modo geral, não. Existe uma pequena correlação de mulheres com endometriomas ovarianos acima de 40 anos e câncer de ovário. Mas essa correlação é pequena.
“A endometriose não é câncer e não costuma aumentar o risco de desenvolvê-lo. Mas existem sintomas semelhantes de endometriose e câncer de endométrio. Em ambas as condições, o mais importante a destacar é a necessidade de acompanhamento periódico para obter um diagnóstico”, afirma Bellelis.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.